Por Fernanda Araujo

Falecido em abril do ano passado aos 85 anos, José Martins Ribeiro Nunes, o Zé Peixe, continua vivo nos corações de quem conhece a sua história. Agora, a sua simplicidade, o modo em que exercia a profissão de prático, seus amores e a sua paixão pelo mar, serão contados por fotografias. É a exposição “Marés: Um Olhar Sobre Zé Peixe”, projeto dos fotógrafos do Trotamundos Coletivo.

A exposição gratuita foi aberta oficialmente ontem (11) às 19h, e seguirá para visitação de segunda a sexta até o dia 22 de maio, das 10h às 19h, na galeria de artes do Sesc – Centro. Segundo Ana Lira, componente do grupo, a concepção da exposição é instigar a memória e a lembrança do público sobre Zé Peixe. “A ideia da exposição não era de

certa maneira fazer uma exposição biográfica, mas é uma exposição que trabalha com o imaginário e com o universo simbólico que ele deixou de herança para a gente”.

A exposição contará com 34 fotografias, quatro áudios e uma seleção de reportagens publicadas na imprensa e desenhos do próprio Zé Peixe. Ela está dividia em duas fases chamadas pelo Trotamundos Coletivo de Marés, pelas séries: Liberdade, Encontro, Maresia e Ressaca. As primeiras exibições das séries Liberdade e Encontro serão de 11 a 30 de abril, já Maresia e Ressaca serão abertas ao público entre os dias 8 e 22 de maio.

De acordo com Ana Lira, as séries refletem a vida pessoal, familiar, profissional e a morte. Liberdade traz retratos pessoais, uma interpretação a cerca de sua figura pelos fotógrafos do grupo. “Quando a gente fala de Zé Peixe o que a gente lembra, associamos o nome dele a o quê e a que tipo de imagem?”, explica. Já Encontro, na parede oposta, exibe imagens de pessoas e objetos que representavam a sua vida.

 “Trata dos afetos, a família, o que era importante para ele. Imagens do barco que era dele e está agora em processo de reforma. Do navio que ele saltava para nadar (do H Dantas Navegação que está parado na Barra dos Coqueiros). Imagens da Capitania

dos Portos que fez parte da vida dele. Inclusive elementos religiosos, devoto de São José ele rezava todos os dias, sempre antes de sair. E do mar, a sua grande paixão”.

A exposição também terá participação dos visitantes. Além das imagens, áudios de depoimentos de pessoas que o conheciam e sons variados de lugares que ele costumava frequentar, serão disponibilizados ao público. A ideia é fazer com que as pessoas ouçam e interpretem o que aquele som fez lembrar. As pessoas vão ser convidadas a desenhar, fotografar ou fazer colagem no local ou em suas próprias casas. A produção do público deverá ser enviada para o email olharmares@gmail.com, e será disponibilizada no site do projeto www.trotamundoscoletivo.wordpress.com. As imagens dos visitantes serão mais um incremento para a construção visual da história de Zé Peixe.

 “Ele era uma filosofia de vida. A maneira como ele se conectou ao mar, como ele viveu com simplicidade, mesmo sendo Prático, uma profissão vista pela responsabilidade e que dá uma boa rentabilidade. As pessoas eram bem recebidas em sua casa e se dava bem com todos. É importante a gente pensar isso nesse mundo que vivemos, hoje, está todo mundo enlouquecido nos centros urbanos, com a tecnologia e engarrafamento. Você não vive e não respira. E estar em contato com a história feito essa faz você repensar uma série de coisas”.

Sesc

Esta é a primeira exposição deste ano no Sesc, e mais quatro projetos já estão agendados. Nos dias 23 e 25 Luciano Góis contará a história de Zé Peixe, nesse evento não será aberto ao público, a visita deverá ser agendada. As escolas que se interessarem ligue para (79) 3216-2753; solicite pelo email sescgaleria@gmail.com; ou o responsável compareça ao local.