Sergipanidades: entenda o cenário do teatro e audivisual em Sergipe | F5 News - Sergipe Atualizado

Cultura
Sergipanidades: entenda o cenário do teatro e audivisual em Sergipe
Profissionais cobram mais valorização e políticas públicas contínuas
Entretenimento | Por F5 News 28/10/2023 07h00


Assim como a culinária e a produção literária, Sergipe possui outras áreas que manifestam a identidade cultural do estado. O teatro e o audiovisual são dois exemplos.

Para entender o cenário atual dessas artes, em comemoração à Semana da Sergipanidade- o F5 News conversou com o fundador do Grupo Imbuaça, Lindolfo Amaral e com o produtor audiovisual, Ravi Aynore. 

Segundo Ravi, apesar das boas produções de documentários, inclusive falando sobre a cultura popular, falta valorização. “Hoje os principais incentivos à produção acontecem a partir de editais financiados por projetos federais, mas fora isso, o poder público parece não enxergar ou entender a necessidade do produtor de audiovisual, permitindo sua existência apenas quando os editais são de execução obrigatória. A ideia romântica de que o audiovisual pode ser produzido apenas com uma boa ideia na cabeça e uma câmera na mão, não representa a realidade do produtor na atualidade”, disse ao portal. 

Deste modo, para ele, observando estas dificuldades, não é possível fazer uma comparação entre o mercado audiovisual sergipano e outras regiões do Brasil.

“Em Aracaju, o mercado parece ter vergonha do seu povo ou não confia a eles o seu produto. Três grandes empresas são clientes de três grandes estúdios e é isso! O empreendedor médio acha o trabalho audiovisual caro e prefere fazê-lo de maneira sucateada ou simplesmente não fazê-lo. Também não há muito incentivo para que nossa cara e nosso jeito sejam um carimbo dentro do mercado audiovisual, já que a sociedade está acostumada com a neutralização do seu próprio sotaque”, afirmou Aynore.

Mas, o produtor acredita que a partir do edital da Lei Paulo Gustavo, lançado pelo Governo de Sergipe nessa segunda-feira (23), durante a Segundona da Sergipanidade, a realidade do estado pode mudar.

“Tudo isso está prestes a mudar! No edital que aplica a Lei Paulo Gustavo em 2023, o poder público aprenderá a dar a real atenção necessária para o produtor de audiovisual em Sergipe, entendendo que as produções são grandes materiais de divulgação da nossa cultura e personalidade. O governo apoiará a produção local criando festivais e mostras, e criará projetos que levam crianças, adolescentes e adultos às salas de cinema para prestigiar o conteúdo”, enfatizou.

O ator e professor do Imbuaça, desde 1978, grupo que trabalha com o Teatro de Rua, Lindolfo Amaral compartilhou suas percepções sobre a evolução da cena teatral no estado de Sergipe nas últimas décadas. 

"A Lei Aldir Blanc fez as artes do espetáculo ter um alento. Até 2019 tínhamos vários grupos a trabalhar. Cito os exemplos da Tua Lona e o Caixa Cênica, que praticamente deixaram de existir. O Caixa Cênica tinha até sede no Inácio Barbosa e teve que fechar”, observou.

No entanto, Amaral destacou que existem grupos consolidados que resistiram às adversidades e continuaram a desenvolver suas ações. "O Imbuaça, o Mamulengo de Cheiroso e o Boca de Cena são grupos que têm sede própria e continuaram a desenvolver suas ações, apesar de toda a crise. Tivemos também trabalhos importantes que surgiram nesse período", acrescentou.

Falando sobre os desafios enfrentados pelos artistas teatrais em Sergipe, Lindolfo Amaral apontou a falta de políticas públicas como o maior obstáculo. "O maior desafio é a falta de políticas públicas. Agora, tanto o Estado quanto o Município utilizam-se dos recursos federais para manterem suas ações. Isso demonstra a falta de interesse pelas artes, ou melhor, parece que eles desconhecem a importância das artes na vida humana. Não falo de eventos, é o que se faz. Falo de ações cotidianas, contínuas, que a população possa se envolver ao longo do ano”, afirmou.

Amaral também destacou a contribuição dos espaços culturais e teatrais existentes para a cena teatral local. "Os espaços oficiais, existentes, não contribuem com a cena sergipana. Os artistas não têm condições de pagarem as pautas, as cessões de uso. É necessário que o Centro de Criatividade permita ensaios dos grupos, bem como outras unidades culturais. É o mínimo que se pode fazer", disse o professor.

No que diz respeito aos festivais de teatro em Sergipe, Lindolfo apontou que existe apenas um festival promovido pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (FUNCAP). Ele elogiou a iniciativa de expandir a programação para a capital e o interior, mas enfatizou que isso deve ser uma prática constante, e não algo que aconteça apenas durante o festival. Ele ressaltou a importância da participação das prefeituras nesse processo, afirmando que "a Fundação não pode ficar responsável por tudo".

Questionado sobre as perspectivas futuras para o teatro em Sergipe e seu papel na promoção da sergipanidade, Amaral destacou a necessidade das manifestações culturais em fazer reflexões sobre a vida e a sociedade de forma ampla.

“Precisamos saber como está o orçamento Estadual e Municipal, para a Cultura, assim como o planejamento das políticas públicas para a área. Com essas informações, saberemos o quanto os nossos governantes se preocupam com as linguagens artísticas e a sua importância", concluiu.

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