Vendedores ambulantes podem deixar de comercializar em jogos no Batistão | F5 News - Sergipe Atualizado

Sergipe
Vendedores ambulantes podem deixar de comercializar em jogos no Batistão
Medida foi solicitada pelo Confiança, que pretende assumir venda de bebidas no local
Esporte | Por Saullo Hipolito 06/01/2020 14h25 - Atualizado em 07/01/2020 06h58


Vendedores ambulantes realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (6) dentro da Arena Batistão, pois tomaram conhecimento de uma possível proibição da comercialização de alimentos e bebidas durante jogos, a partir do próximo domingo (12), quando o estádio recebe o primeiro jogo do Campeonato Estadual, o Clássico Maior entre Confiança e Sergipe.

A medida foi tomada pelo Confiança, pois o clube pretende explorar comercialmente o seu lado na Arena, através da venda de bebidas. Segundo a assessoria do time, o clube está prestes a firmar acordo para uma parceria com uma cervejaria, possibilitando a venda das bebidas dentro do estádio, durante os jogos em que o mando seja do time proletário. Segundo uma fonte revelou ao F5 News, as conversas no momento já estão bastante adiantadas com a multinacional Ambev.

Por meio de nota à imprensa, o clube ainda indagou que não entende o motivo das críticas serem direcionadas unicamente para o time sergipano, mas, de acordo com a Federação Sergipana de Futebol (FSF), o clube possivelmente será o único time a mandar seus jogos no estádio, já que o Sergipe organizou o Estádio João Hora de Oliveira, no bairro Siqueira Campos, para que suas partidas sejam realizadas no local.

A Federação ainda expôs não ser contrária às demandas do Confiança, bem como do Sergipe, com relação à modernização nos estádios, mas salienta que os trabalhadores não podem ser esquecidos. "Não podemos esquecer dos serviços prestados que os ambulantes têm ao longo desses 50 anos aqui na Arena Batistão", afirmou o presidente da FSF, Milton Dantas.

Impacto

Essa medida, segundo a associação dos vendedores ambulantes de Sergipe, deve afetar cerca de 200 trabalhadores que vivem da venda de alimentos e bebidas durante os jogos. "A Federação nos disse que não há nada concreto ainda, mas já viemos fazer nosso apelo ao Confiança, à Federação e ao Estado, que não deixem esses pais de família sem essa fonte de renda, única para alguns. Não é justo, numa época que estamos passando, sermos tirados daqui.", afirmou o representante da associação, Paulo Roberto, vulgo Paulo Preto.

Muitos dos vendedores já têm preparados todos os materiais para o início do Campeonato Sergipano, mas, com essa notícia, podem perder tudo o que já foi investido e nem reaver esse dinheiro. "Torcemos, lutamos e sofremos com o Confiança para ele subir e agora temos essa notícia", salientou Paulo.

O Estado, por meio da assessoria de imprensa da Superintendencia Especial de Esporte (SEE) informou que esse é um problema que não envolve o Governo Estadual. "A Superintendência tem conhecimento do problema social que pode ser criado e tentamos intermediar para que ele não se alastre", afirmou o assessor Givaldo Batista dos Santos.

Modernização

Com o histórico acesso do Confiança à Série B do Campeonato Brasileiro, não é novidade para ninguém que a Diretoria proletária tem estruturado aspectos da equipe para fazer frente às grandes equipes do futebol brasileiro.

Por meio de nota à imprensa, a Associação Desportiva Confiança ressaltou que esse modelo de exploração comercial não é novidade, sendo utilizado por vários clubes em várias arenas Brasil afora. "Isso ocorre em todas as grandes praças. É uma forma das agremiações lucrarem através de uma atividade desempenhada por elas – ou seja, a partida de futebol pela qual é responsável, representando assim uma importante fonte de receitas para o time", informou.

O clube ainda ressaltou que os ambulantes não contribuem financeiramente com as vendas, tendo direito somente ao lucro, cabendo ao clube o dever de cobrir todo o ônus e custos da realização e operação do jogo, finalizando um dos tópicos da nota ressaltando que esse é "um modelo que não cabe mais no cenário do futebol moderno".

Uma das mais antigas

No local desde a fundação do Estádio Estadual Lourival Baptista, em 1969, dona Maria Pérpetua Valença, de 68 anos, se acostumou a passar pelas arquibancadas vendendo bebidas e churrasquinhos. Ela também já vivenciou muita coisa que aconteceu no estádio, desde eliminações frustrantes ao acesso inédito do Confiança à Série B e fala do templo sergipano do futebol com muita satisfação.

"Esse dinheiro que garanto nos jogos é para a sobrevivencia dos meus três filhos, a gente vive disso e não podemos perder. Já saí direto daqui para a maternidade, mas trabalho com satisfação, isso aqui é minha casa, precisamos daqui. Por que estão fazendo isso?", indagou a idosa.

Reunião

Em uma reunião entre a Superintendência Especial de Esporte e a Federação Sergipana de Futebol, da qual a imprensa foi proíbida de participar, seriam definidas medidas para que se encontrasse um "meio termo", que não prejudicasse os ambulantes, nem também a comercialização dos clubes mandantes.

"Conversarei com a superintendente Mariana Dantas e posteriormente convocaremos os presidentes Hyago França e Ernan Sena para ver se a gente consegue firmar esse acordo e para ninguém sair prejudicado", informou Milton Dantas.
 

Edição de texto: Monica Pinto
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