Católicos desaprovam exclusão de padres da política
Decisão foi tomada pela Igreja Católica: ou mandato ou a batina Política 05/02/2012 10h36O ex-prefeito de Poço Redondo, Enoque Salvador de Melo, não foi o único membro da Igreja Católica que teve que interromper sua vida pública por conta da fé. Vários os padres que ingressaram na vida política no estado de Sergipe tiveram que renunciar a liderança da Igreja Católica. De acordo com o Preceito Penal do Código de Direito Canônico da Arquidiocese de Aracaju de 1º de agosto de 2011, assinado pelo arcebispo metropolitano, dom José Palmeira Lessa, o padre é impedido de exercer função política, enquanto líder da igreja.
Baseado no Decreto de Roma, o Preceito Penal nº 285 e 287 informam que “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no poder civil (...) a não ser que, a juízo da competente autoridade eclesiástica, o exijam a defesa dos direitos da igreja ou a promoção do bem comum”. Os clérigos que desobedecerem terá a suspensão total do ofício da ordem sagrada, segundo o cân 1333, art I. Os padres já filiados tiveram um prazo de 15 dias para pedirem a desfiliação partidária.
O assessor de comunicação da Arquidiocese de Aracaju, Edmilson Brito, explica que o sacerdócio deve ser prioridade na vida de um líder religioso. “A função do sacerdote é cuidar da igreja e dos católicos fiéis. Ele tem que estar livre das obrigações políticas para se dedicar exclusivamente à igreja. Se quiser permanecer na liderança da igreja, o padre tem que desistir da vida política”, esclareceu.
Igreja e política
É clara a posição de líderes católicos como dom Antônio Ferreira Viçoso 1787-1875, que mostra o desprezo do envolvimento político por padres. O Decreto em Sergipe agora mais em vigor, para Edmilson não impede o livre-arbítrio. “O decreto sempre existiu, mas o código deixa a liberdade de escolha em cada Diocese”.
Mas para alguns fiéis, a participação de um religioso na política pode ser saudável, uma vez que as duas coisas não devem ser misturadas. Para o estudante de jornalismo, Marcos Rodrigues (22), não há problema se o envolvimento for saudável. “Não vejo problema. A política não corrompe o cidadão, ele já vai com este intuito. Porem, não admito, sensato nem correto, utilizar-se das relações religiosas e participação na Igreja para promover seu nome, ele deve ir como cidadão e não como representante de um grupo ou como líder religioso”, entende.
Para a funcionária pública Alba Valéria o católico é uma pessoa normal e mais preparada para viver na política, já que é uma pessoa de Deus. “Ele tem o trabalho dele e cabe aos fiéis querer ou não votar nele, pois o voto é livre. Agora se ele é uma pessoa que vem há muito tempo desenvolvendo um trabalho junto a sua comunidade e se desenvolve um trabalho social, nada mais justo que as pessoas daquela comunidade votem nele. Temos como exemplo o Frei Enoque. Ele sempre lutou, buscou ajuda e esteve a frente da sua região e agora a Igreja o proíbe. Achei errado. Acho isso hipocrisia, pois além de ser um homem de Deus é, também, um ser humano”, opina.
“Pela primeira vez na minha vida, senti vergonha de ser católica. Ninguém melhor que um religioso que exercer um mandato. Tem Deus e amor ao próximo. Pode dar exemplo. Agora, como todo ser humano está sujeito ao erro. Neste caso, aí sim, a Igreja Católica tem que agir. Um padre de um município como Poço Redondo é o canal dos sertanejos com o governo. Absurdo excluir os padres da política”, diz a dona de casa Maria de Fátima.
Disputa eleitoral
Para disputar as eleições deste ano, na cidade de Nossa Senhora do Socorro, o padre Inaldo Luiz (PCdoB), havia confirmado em novembro de 2011 que é pré-candidato a prefeito e pediu desde outubro o afastamento por cinco anos da igreja. Em Cristinápolis, o padre Raimundo Leal (PCdoB), está quase no final do seu mandato de prefeito. Já na cidade de Arauá, o padre Valdenor Borges, é o vice-prefeito daquele município.
Em reunião no dia 11 de janeiro deste ano, exceto frei Enoque Salvador, todos os outros líderes religiosos optaram pela permanência na política. Como o padre José Barbosa de Alcântara atual Vigário Paroquial da Catedral Diocesana de Estância e agora pré-candidato a prefeito de Malhador, padre Gerard Jullius (PT), pré-candidato à Prefeitura de Japaratuba e o padre José Alves é pré-candidato a vereador de Umbaúba.
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