Mobilidade e meio ambiente: os desafios do novo Plano Diretor de Aracaju | F5 News - Sergipe Atualizado

Aracaju
Mobilidade e meio ambiente: os desafios do novo Plano Diretor de Aracaju
Parlamentares apontam prioridades para o novo ordenamento urbano da capital
Política | Por Laís de Melo e Will Rodriguez 01/10/2021 09h17


A dinâmica social das cidades impõe mudanças de comportamentos da população e, nos últimos anos, questões ligadas aos cuidados com o planeta e a qualidade de vida se tornaram ainda mais latentes em especial nos grandes centros. Para os aracajuanos que participam das discussões voltadas à revisão do Plano Diretor, mobilidade urbana, acesso à moradia e arborização da cidade aparecem como algumas das questões mais imprescindíveis para o futuro da capital sergipana.

Não raras vezes, a situação de famílias que vivem em habitações irregulares construídas em ocupações é exposta na mídia. Só este ano, 42 pessoas perderam a vida no trânsito da capital. Em determinadas épocas do ano, poucos minutos de chuva são suficientes para alagar ruas inteiras de bairros como Jabotiana, Siqueira Campos, Jardins e Mosqueiro.

Essas são apenas algumas das consequências práticas do crescimento desordenado de uma cidade e que só podem ser enfrentadas a partir das diretrizes contidas em um Plano Diretor, como aponta o vereador Breno Garibalde (DEM).

“O bairro Jabotiana é um exemplo claro do que foi completamente adensado sem essa revisão do plano diretor e hoje sofre graves consequências, seja de alagamento, ou de déficit de infraestrutura. Hoje o poder público tem que correr para poder resolver esses problemas que, com o plano diretor revisado, poderiam ser previamente evitados. Com gabarito de altura, com as empresas tendo que doar áreas para o município para construir creches, escolas. Então o plano diretor traz esses artifícios para que a gente possa desenvolver a cidade de forma igual para todo mundo”, explica o vereador. 

Ainda segundo o parlamentar, o processo está em fase de estudo e análise da minuta apresentada pela Prefeitura de Aracaju durante as audiências. No entanto, ele destaca alguns aspectos que precisam ser revistos, a exemplo da malha cicloviária da cidade. 

“A questão das ciclovias eu acho que já traz como diretriz, mas a gente precisa trazer de forma efetiva como isso vai funcionar. Como essa malha cicloviária vai ser interligada à questão do meio ambiente. A gente precisa não só de diretrizes, mas de coisas mais específicas, para saber de que forma isso vai impactar no meio ambiente. É algo que falta um pouco ainda no plano diretor, mas estamos fazendo essas contribuições acreditando que serão implantadas na minuta”, destaca.

Para Garibalde, o Plano Diretor é a lei mais importante do município, pois é a partir dela que a cidade vai se desenvolver, afetando assim o dia a dia da população. “Já tivemos duas tentativas que foram frustrantes. Mas, agora estamos confiantes. Tenho conversado com o presidente da Câmara, que é o vereador Nitinho, para quando essa minuta chegar na casa a gente possa também travar todo esse debate. Fazer novas audiências públicas, fazer as nossas emendas, para daí colocar em votação para ser aprovado. Estou confiante”, assegura. 

O vereador Anderson de Tuca (PDT) cita alguns problemas crônicos dos bairros da capital, a exemplo do Siqueira Campos, onde residências alagam em períodos de chuvas, e acrescenta a necessidade de engajamento na sociedade na construção das soluções para a cidade.

“Só a primeira rua de acesso ao bairro Siqueira Campos tem o grande problema de que chove, as casas inundam; tem o problema crônico da praça desse bairro que precisa ser revitalizada. No projeto anterior tínhamos solicitado que tivesse uma atenção especial para que a população pudesse usufruir, e olhe que hoje o Siqueira é o segundo maior comércio da nossa cidade, e precisa dessa reforma. No plano diretor a gente pode cobrar isso. uma crítica que fazemos à própria população é a falta de participação. Às vezes as pessoas querem reclamar da política e a gente percebe que não existe uma participação. se não pode fisicamente, contribua virtualmente”, disse o parlamentar ao F5News

Para o deputado estadual Iran Barbosa (PT), que acompanhou as outras duas tentativas de revisão do Plano, existe expectativa de que haja a conclusão do processo dessa vez, já que o plano atual não atende mais às necessidades da população. O deputado acredita que qualquer alteração deve levar em consideração a opinião do povo. 

“É claro que uma construção de um plano diretor tem que ouvir a contribuição de vários setores. Nós temos setores dos mais variados que têm que ser priorizados. Mas a parte principal é essa coisa de mobilizar o povo para que possa compreender o processo e entender o que está em jogo. Porque o que está em jogo é a organização da nossa cidade, a democratização ou não do espaço urbano de Aracaju. É a construção desse modelo de sociedade que defendemos. O pacto principal é com o povo”, afirma o deputado.

Essa é a terceira reportagem da série que o F5News publica esta semana sobre o Plano Diretor de Aracaju. Clique aqui para conferir as demais reportagens. 

Edição de texto: Monica Pinto
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