Prefeitos querem aporte do governo federal para enfrentar crise do transporte coletivo
Recursos federais serviriam para garantir ao menos gratuidades da tarifa, diz Edvaldo Política | Por Laís de Melo e Will Rodriguez 25/11/2021 12h11 - Atualizado em 25/11/2021 12h20De acordo com o presidente da Frente, prefeito Edvaldo Nogueira, o setor enfrenta uma dura crise não só na capital sergipana, mas em todas as cidades brasileiras, e necessita de uma intervenção do governo federal.
“A pandemia prejudicou ainda mais o transporte coletivo, porque as empresas atuavam com 100% da frota, mas apenas 40% dos passageiros. Municípios que tinham recursos para colocar não têm mais condição. É preciso que haja recurso do governo federal”, afirmou Edvaldo Nogueira.
Desde junho, os gestores municipais têm procurado o governo federal para apresentar o pleito. A negociação do aporte financeiro da União é conduzida pelo prefeito aracajuano, que defende o financiamento federal. Segundo ele, os recursos federais serviriam para assegurar ao menos as gratuidades concedidas a idosos - algo em torno de R$ 5 milhões.
“Esperamos que ele ou desonere o combustível ou coloque R$ 5 milhões para que os municípios possam custear a gratuidade, que representa quase 20% do preço das passagens”, afirma.
O governo federal ainda não fez nenhuma sinalização de que deve atender ao pleito dos Executivos municipais.
Com a alta acumulada de 65% no preço do diesel usado pelos ônibus do sistema público, os prefeitos argumentam que uma eventual alta nas passagens ampliaria ainda mais a inflação, prejudicando não apenas a população, mas também o próprio governo, sobretudo em um ano eleitoral.
A tarifa do transporte público influencia diretamente a renda das famílias. Segundo levantamento do Instituto Mobilize, os gastos com transporte representam mais de 10% do orçamento mensal dos moradores de capitais brasileiras.
Durante a pandemia, as tarifas foram mantidas pelos Municípios. Na capital sergipana, por exemplo, a passagem permanece em R$ 4 desde 2018 e, conforme informou o prefeito Edvaldo Nogueira nesta quinta-feira, deverá ser mantida próxima desse valor em 2022. As empresas do setor calculam um prejuízo que já ultrapassa R$ 166 milhões.
“Espero que tenhamos uma solução a partir do ano que vem, que é quando teremos os reajustes, porque não podemos realizar reajustes exorbitantes para a população que não pode pagar. Se for o caso, não concedemos reajuste tarifário”, disse o gestor de Aracaju.