Prefeitura de Aracaju já afastou servidor suspeito de fraude em licitação
Administração municipal ainda tenta frear investigação sobre o Hospital de Campanha Política | Por Will Rodriguez 28/07/2020 16h00A Prefeitura de Aracaju já formalizou o afastamento do servidor público suspeito de envolvimento num esquema de fraude da licitação do Hospital de Campanha. A informação foi confirmada ao F5 News nesta terça-feira (28) pela Secretaria da Comunicação do Município.
A medida cautelar foi deferida pela 1ª Vara da Justiça Federal em Sergipe no bojo da operação Serôdio, deflagrada pela Polícia Federal para apurar supostas irregularidades no contrato da unidade hospitalar destinada aos pacientes com covid-19 na capital.
Esse funcionário público - que não teve a identidade nem a função divulgadas - teria atuado durante o processo de seleção da empresa que ficaria responsável pela montagem da estrutura, de modo a fornecer informações privilegiadas e até instruções de como proceder a um representante da empresa ganhadora da licitação, segundo a PF.
Embora de acordo com o afastamento do servidor, internamente a administração municipal avaliava se devia fazer alguma manifestação oficial sobre o episódio, uma vez que há o receio de que a operação continue sendo utilizada politicamente por adversários à exaustão, conforme relataram interlocutores do prefeito ao F5 News, reservadamente.
No final da tarde, a Prefeitura se manifestou por meio de nota na qual afirma estar "fornecendo todas as documentações solicitadas pelos órgãos de controle para que os fatos sejam apurados e esclarecidos amplamente". A gestão disse manter "o compromisso com a transparência e com o bem público, assim como reafirma a sua disponibilidade para colaborar com órgãos de fiscalização e controle".
Enquanto aguarda novos desdobramentos da operação, a gestão municipal se divide em duas frentes de trabalho para tentar ‘baixar a poeira’. A primeira busca blindar a imagem do prefeito Edvaldo Nogueira, que não compareceu a uma coletiva de lançamento do Climaju na manhã desta terça, e reforçar uma visão positiva do Hospital de Campanha e sua contribuição ao enfrentamento da pandemia na capital.
Os advogados da Prefeitura recorreram à Justiça para tentar frear as investigações que, na visão do Município, não possuem fundamentação técnica, como F5 News publicou na semana passada. Uma fonte ouvida pela reportagem, no entanto, assegura que a PF teria recebido um ‘vasto material probatório’ e está convencida das inadequações no processo licitatório.