Todos nós sabemos que no judiciário brasileiro, o uso da Constelação Familiar não é nenhuma novidade. Atualmente cerca de 16 estados, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), utilizam as técnicas da constelação familiar com significativos índices de eficácia.

Temas como pensão alimentícia, guarda, adoção, alienação parental, divórcio e inventários estão sendo solucionados com mais facilidade, preservando os envolvidos do desgaste emocional e físico, que um processo judicial pode causar.

Infelizmente, muitos advogados (as) ainda não conhecem a metodologia descoberta pelo Bert Hellinger, e alguns até apresentam certa resistência ao tema, mesmo sabendo que a constelação familiar não é uma novidade no judiciário.

A Constelação Familiar foi descoberta pelo alemão Bert Hellinger sendo um método investigativo de conflitos com base no sistema das relações familiares. É uma teoria bastante eficaz na solução dos conflitos no direito de família, identificando a raiz do problema, ficando mais fácil a resolução e a composição e solucionando, de vez, a questão.

Alguns juízes brasileiros como Sami Storch (BA), criador do Direito Sistêmico no Brasil, e a juíza  Wilka Vilela (PE) utilizam da metodologia da Constelação Familiar. Segundo relatos desta, 75% dos seus processos nas varas de família e sucessões são solucionados através dessa técnica.

Uma sentença judicial favorável, muitas vezes, não resolve a raiz do conflito, que, infelizmente, encontra-se travestida de preconceitos, exclusões, desafetos e que não finaliza com a sentença. O sofrimento, infelizmente, continuará, enquanto a causa, que originou o emaranhado familiar, não for resolvida ou pelo menos descoberta.

Mas o que significa uma Constelação Familiar? A Constelação Familiar Sistêmica é um método fenomenológico que identifica a razão do conflito pelo estudo sistêmico das relações familiares, utilizando-se da observação do indivíduo e suas interações encontrando a origem do conflito através da identificação dos padrões presentes em diversas gerações. Assim, com a identificação da raiz do problema torna-se mais fácil resolvê-lo.

A sentença põe fim ao processo judicial, na maioria das vezes, mas não necessariamente eliminará o conflito que continuará vivo e sendo a raiz oculta que resultará em outros processos judiciais. Portanto, a utilização da Constelação Familiar dentro do Direito de Família e Sucessões ajuda no reconhecimento dos padrões comportamentais que produzem sofrimento emocional e físico. Quando as questões não são analisadas com a devida atenção, as partes acabam não encontrando a solução para os problemas e acabam se retroalimentando com sentimentos de vingança, raiva, insatisfação e frustração.

Quando na Constelação os problemas são revelados, as partes são capazes de perceber a importância das suas ações, e acabam indo em busca da solução real e não apenas na vitória da sentença processual.

A utilização da Constelação Familiar Sistêmica humaniza a justiça, traz mais celeridade ao judiciário reduzindo assim, a incidência de novos processos. Os advogados de Direito de Família e Sucessões que tem a prática sistêmica em seus escritórios, e que fazem uso dessa ferramenta em benefício de seus clientes, são diferenciados e contribuem mais facilmente na resolução rápida, clara e eficiente da demanda dos seus clientes. Conhecer a metodologia das constelações familiares e saber aplicá-las em favorecimento dos clientes é altamente recomendável e eficaz para todo o universo jurídico.