Eles existem e resistem: as histórias de quem está cara a cara com a homofobia | F5 News - Sergipe Atualizado

Eles existem e resistem: as histórias de quem está cara a cara com a homofobia
O dia 17 de maio simboliza a luta por direitos humanos e contra a discriminação
Cotidiano | Por Victória Valverde* 17/05/2019 10h10 - Atualizado em 17/05/2019 11h29


Há 29 anos, a homossexualidade foi retirada da lista de distúrbios mentais da Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A mudança foi um grande marco na luta da comunidade LGBTQI+ e por isso 17 de maio foi escolhido como Dia Internacional de Combate à Homofobia.  

Apesar dos vários avanços, lidar com crimes de ódio ainda faz parte da rotina diária da comunidade LGBTQI+ brasileira. O último relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade que levanta dados sobre assassinatos da comunidade LGBTQI+ há 39 anos, registrou 420 mortes deste tipo em 2018, sendo 320 homicídios (76% dos casos) e 100 suicídios (24% dos casos).

Com base nesses dados, o Brasil é o país que mais mata indivíduos LGBTQI+ - um a cada 20 horas. Como o relatório é feito a partir dos crimes que são noticiados na mídia, estima-se que o quadro real de violência seja ainda mais alarmante.

A realidade que esses dados carregam, quando colocada em contraste com o fato do Brasil ter a maior Parada Gay do Mundo – a de São Paulo, com cerca de 3 milhões de pessoas – deixa estampada a discriminação enraizada no país.

Em Sergipe, até maio de 2019, foram registradas 14 ocorrências de crimes contra a população LGBTQI+ na Delegacia Especial de Atendimento a Crimes Homofóbicos, de Racismo e Intolerância Religiosa ((Dachri). Dentre esses crimes, estão listados ameaça, extorsão, calúnia, difamação, injúria e lesão corporal.

Entretanto, muitas pessoas ainda não denunciam por terem medo de potenciais represálias e não se sentirem seguros. Outra questão, segundo a Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal de Sergipe (CEACrim), é que muitas das vítimas não declaram sua sexualidade, por isso é difícil ter um número exato de ocorrências deste tipo.

Como denunciar

Os canais de denúncia mais conhecidos são o Disque Denúncia (181) e o Disque da Polícia Militar (190). Além desses, a população LGBTQI+ conta com a Delegacia Especial de Atendimento a crimes Homofóbicos, de Racismo e Intolerância Religiosa ((Dachri), localizada na rua Itabaiana, 258, no centro de Aracaju. O número para contato é (79) 3205-9400.

Outro local é o Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia, unidade da Secretaria de Segurança Pública (SSP) responsável pelo acolhimento e atendimento jurídico e psicossocial, bem como pela promoção dos direitos do público LGBTQI+. Nele, o cidadão conta com uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, assistentes sociais, assessores jurídicos e estagiários. O Centro fica na rua Guilhermino Rezende, 76, no bairro São José, em Aracaju. O Telefone é (79) 3213-7941.

Vozes da Resistência

Muitas vezes, as estatísticas - apesar de assustadoras - induzem à apatia, mas por trás delas existem vidas. Neste 17 de maio, F5 News apresenta o depoimento de três pessoas LGBTQI+, que aceitaram compartilhar suas histórias. Suas diferenças são claras, mas eles estão ligados por fazerem parte de uma comunidade de indivíduos que compartilha cicatrizes, dores e indignações, mas também conquistas. Suas vozes ecoam como um grito de resistência em meio ao caos.

 

*Estagiária sob a orientação do jornalista Will Rodriguez

Entrevistas: Will Rodriguez e Victória Valverde
Imagens: Humberto Alves
Edição e finalização: Will Rodriguez e Alex Moura

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