Equinócio e Semana Santa: entenda porque a data da Páscoa muda todo ano
A Páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril Cotidiano | Por Gabriel Ribeiro 31/03/2024 07h00A Páscoa é uma das festividades mais importantes para milhões de cristãos em todo o mundo, celebrando a ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, diferentemente de outras datas comemorativas fixas no calendário, como o Natal em 25 de dezembro, a Páscoa muda de data a cada ano. Essa característica intriga a muitos, pois está intrinsecamente ligada a uma combinação de tradições antigas, astronomia e cálculos eclesiásticos complexos. Além disso, a data da Páscoa influencia diretamente a definição de outras festividades, como o Carnaval e a Semana Santa.
Para entender esse fenômeno, o F5 News pesquisou o motivo. A determinação da data da Páscoa está diretamente relacionada ao ciclo lunar e ao equinócio da primavera no hemisfério norte (equinócio de outono no hemisfério sul). O equinócio é um evento astronômico onde o dia e a noite têm aproximadamente a mesma duração, marcando o início da primavera ou do outono.
Historicamente, a Páscoa foi fixada pelo Concílio de Niceia, em 325 d.C., como o primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no ou após o equinócio de março (normalmente em 21 de março no calendário juliano). Isso significa que a Páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril.
Dado que a Semana Santa precede imediatamente a Páscoa, começando com o Domingo de Ramos e culminando no Domingo de Páscoa, sua data também varia anualmente. O Carnaval, por sua vez, que precede a quaresma, é impactado indiretamente pela data da Páscoa. Tradicionalmente, o Carnaval ocorre seis semanas antes da Páscoa, culminando na Terça-feira de Carnaval, imediatamente antes da Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma.
Na pesquisa, também foi possivel notar que existem diferenças na datação da Páscoa entre as tradições Ocidental (Católica Romana e Protestante) e Ortodoxa. Essas diferenças surgem do uso de calendários distintos: o Gregoriano, para a tradição Ocidental, e o Juliano, para a Ortodoxa. Isso pode levar a datas de Páscoa que diferem em uma semana ou, em alguns casos, até um mês.
A combinação do ciclo lunar variável e a posição fixa do equinócio no calendário solar resulta na mobilidade da Páscoa no calendário Gregoriano. Segundo diversos pesquisadores da astronomia, o objetivo dessa complexidade é manter a ligação da Páscoa com os ciclos naturais da Terra e da Lua, conforme estabelecido há milênios.