Como exposto na primeira reportagem dessa série, o Twitter produziu um relatório, por intermédio de seu Departamento de Marketing, denominado “A Conversa – Twitter Trends 2022”. O trabalho enfoca os três campos de assuntos mais abordados pelos usuários da plataforma que, na avaliação de especialistas consultados, funcionam como uma “prévia das tendências que vão movimentar conversas, as suas marcas e o seu negócio”.

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Conforme mostrado por F5 News, a tendência número 1 foi esmiuçada sob o título “Sinergia de Cuidados” e a segunda como “Universos criados por fãs”. Você confere agora o que o Twitter chamou de “Arte movida à tecnologia”, a tendência de número 3 e a última abordada no relatório da plataforma.  

Diz o estudo: “Há um interesse significativo em criptomoedas, que tiveram um crescimento de 101% em relação ao ano anterior, mas ainda é superado pelo interesse em NFTs, que cresceu 11.107% no mesmo período [de 2021 para 2022]”.

Os NFTs – sigla para Non-Fungible Token (Token Não Fungível) - integram um universo bastante novo e ainda muito pouco entendido por leigos. Uma explicação bem didática está no portal Canaltech: “NFT basicamente é um código digital único, imutável e – de certa forma - intransferível. Tipo um código de barras, que diferencia um macarrão de um amaciante de roupas, só que mais complexo, devem ser calculados para evitar fraudes – o token”.

O Canaltech dá o exemplo da mais conhecida obra de Leonardo da Vinci, cujo original é uma das grandes atrações do Louvre: “Se pudéssemos converter o quadro da Monalisa em um objeto virtual de código único ele seria um NFT: um produto feito uma única vez que pertence ao catálogo de obras do Louvre e que pode ter seu token, ou código, comprovado através de vários detalhes que revelam sua veracidade. Portanto, o NFT em si pode ser uma tecnologia usada para denominar objetos únicos virtuais que podem ter valor elevado e em geral serão interesse de colecionadores ou de pessoas que buscam algo memorável”.

O portal especializado em tecnologia ilustra ainda: “Jack Dorsey, co-fundador do Twitter, por exemplo, vendeu seu primeiro tuite publicado em março de 2006 por uma bagatela de 2,9 milhões de dólares. Porém, o tweet não foi transferido para o comprador e nem permite que a pessoa faça nada com o ele. A única coisa, neste caso, que ele recebeu foi um certificado de autenticidade dizendo que ele agora era o dono do post”.

Bem, pode soar estranho à maioria, mas essa modalidade de transações já se mostrou funcional e bem sucedida. Diz o estudo do Twitter: “Em meio a um cenário econômico ruim, os NFTs deram aos artistas uma maneira de ganhar a vida, se conectando com colecionadores e admiradores no Twitter. Motivados por comunidades, estes artistas em ascensão estão recebendo apoio, enquanto outros impulsionam a educação usando a criatividade. As pessoas agora têm uma nova maneira de apreciar arte! Com a comunidade de jogos criptográficos ficando ainda mais estabelecida no Twitter, a cultura da arte está migrando para a cultura pop”.

O Marketing da plataforma expõe ainda que, num momento economicamente tenso, artistas digitais no Brasil estão chegando ao Twitter para encontrar novas oportunidades de monetizar seu trabalho. “Nos NFTs, esses artistas têm uma nova maneira de se conectar com uma audiência que prioriza o digital, enquanto combinam cultura e moeda digital. Artistas underground podem ampliar seu trabalho não só para o Brasil, mas para o mundo todo”, prossegue.

O interesse no assunto teve uma ascensão vertiginosa no Twitter em 2022, com relação ao ano anterior, em tópicos como:

Axie +2028%;

Projeto de NFT +1887%;

Formato de NFT +853%.

O estudo do Twitter afirma que, com o constante burburinho sobre os NFTs, a rede se tornou um espaço para o lançamento de novos projetos, de conversas sobre plataformas de negociação de NFT e jogos executados por NFT, de modo a fornecer aos brasileiros “uma visão da natureza multifuncional dessa nova forma de token e os benefícios que podem derivar deles”.

O campeão no crescimento de menções no Twitter – Axie – se refere ao NFT game Axie Infinity, uma febre entre jovens que já movimenta quase US$ 5 bilhões por ano, conforme reportagem publicada por O Globo em 2022.

“No Axie Infinity, os jogadores compram criaturas digitais com diferentes atributos, cada um definido via NFT (tokens não-fungíveis, espécie de certificado digital único cujo registro é feito via blockchain, um livro contábil virtual). Os preços variam de dezenas a centenas de milhares de dólares”, diz o jornal.

“Os usuários podem usar seus bichinhos para ganhar dinheiro em batalhas, ou então criar novos pets, cujo valor varia de acordo com suas características. Quanto mais raro, mais caro. Essas criaturas podem então ser vendidas a outros jogadores na plataforma, que alega ter cerca de 1,5 milhão de usuários por dia”, completa.

O relatório do Twitter registra que “o mundo das coleções se expandiu para o universo virtual” e questiona: “Como seu produto ou serviço se traduz nesse espaço e quais novos artistas podem ajudar você nesse processo?”.

Um dos que se integrou rapidamente a esse movimento foi o digital influencer Felipe Neto:

Está oficialmente aberta à venda da primeira coleção de NFT do canal do @felipeneto!

São 6 cards diferentes, com diferentes preços e pacotes pra você escolher.

? Você pode garantir a sua em https://t.co/rX5oTlV1ky pic.twitter.com/ClqP0MurNv

— Support Felipe Neto ⓢ (@SupportFeNeto) June 27, 2021

Em termos de estratégia no mundo dos negócios, o Twitter orienta: “Avise as pessoas sobre os riscos”. E detalha: “Embora o investimento em criptomoedas e NFT possa parecer o futuro, agora eles também trazem riscos, especialmente para quem não fez sua lição de casa. Como você pode informar seus clientes e aumentar o conhecimento?”

Por fim, o Twitter estabelece o estudo cujos principais pontos F5 News expôs nessa série como “mais do que apenas um relatório de tendências”: “é o que as pessoas estão realmente falando, revelando os comportamentos que moldam o que está por vir. É tudo crucial para entender, não importa em que negócio você esteja”.