Conheça Alan Rocha, atleta de saltos em distância e triplos em Sergipe
Com índice nacional, sergipano aponta dificuldades de manter desempenho sem apoio Esporte | Por Saullo Hipolito e Will Rodriguez 14/04/2021 06h30Tímido, sério, mas focado em um futuro com potencial promissor. São esses os adjetivos que norteiam e podem definir o jovem Alan Rocha, de 25 anos. Atleta profissional desde os 16, o sergipano já atingiu índices nacionais e sul-americanos que o levaram a um patamar de reconhecimento no estado.
Desde os 13 anos, lá no município de Pirambu, a 42,8 quilômetros de Aracaju, capital de Sergipe, o rapaz deu os primeiros passos no esporte, inspirado no que via e ouvia da irmã mais velha, Aline Rocha, atleta de velocidade na época e com bastante destaque no estado. “Eu ficava em casa e ouvia os professores elogiando a velocidade dela, ia para os treinos e percebia o quão rápida ela era, foi essa minha inspiração”, conta Alan.
Ele lembra que a modalidade de velocidade foi a primeira tentativa, mas o jovem não apresentou boa performance e se arriscou nos saltos de longa distância. Rapidamente, ganhou notabilidade em sua escola e passou a competir com grandes adversários. Incentivado pelos professores, se lançou em uma competição regional, de nível adulto, aos 17 anos. Não obteve grande êxito, é bem verdade, mas a experiência trouxe amadurecimento.
O desempenho e os índices nos saltos em distância e no triplo foram melhorando no decorrer do tempo. Alan também não se acomodou, não parou no tempo, foi atrás de treinadores que só agregaram ao seu potencial e colheu os frutos. O jovem já participou de competições a nível Norte e Nordeste, de Estaduais em Salvador e no Rio Grande do Norte, além de já ter conquistado o 9º lugar em um Campeonato Brasileiro.
Atualmente, como atleta da Federação Sergipana de Atletismo, Alan já bateu oito vezes o índice estadual, alcançando suas melhores marcas em 2020, com exatos 7,18 metros no salto em distância e 14,86 metros no salto triplo.
Pandemia
A pandemia da Covid-19 trouxe significativas mudanças na trajetória do atleta, sendo a principal delas a falta de competições no melhor momento de sua curta, mas já premiada carreira. Mesmo assim, Alan segue focado nas estratégias do treinador e educador físico Eduardo Kalinine, supervisionadas pelo técnico Devisson Silva.
Para o técnico, Alan só tem o que melhorar ao longo dos próximos anos e pode atingir rapidamente o patamar dos dez melhores atletas do país, mas, para isso acontecer, o incentivo ao esporte precisa melhorar no estado, no aspecto estrutural e financeiro.
Tanto o técnico quanto Alan reforçam a importância do Bolsa Atleta. Criado em 2005, o programa, vinculado ao hoje extinto Ministério do Esporte, patrocina individualmente atletas e paratletas de alto rendimento em competições nacionais e internacionais de sua modalidade.
No mês passado, durante o lançamento do programa Sergipe no Pódio, o secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Bruno Souza, afirmou que mais de 65 atletas deverão receber o benefício em 2021, mas a lista ainda não foi divulgada.