Era 1971 quando Pelé esteve em terras sergipanas e, jogando pelo Santos, fez quatro gols e derrotou o Sergipe na Arena Batistão, em Aracaju. Na época, o radialista sergipano Carlos Magalhães comandava a equipe de esportes da Rádio Cultura e cobriu a partida, e aproveitou para registrar o momento ao lado do seu amigo, de quem guarda boas lembranças.

No canto esquerdo, Carlos Magalhães; no canto direito, Pelé/Arquivo pessoal

“Pelé sempre me reconheceu, era meu amigo. Eu lembro que ele sempre foi uma pessoa muito distinguida no futebol, mas muito simplório. Atendia a todo mundo com muita alegria, com muita gentileza”, afirmou, em entrevista ao F5 News.

Hoje, aos 84 anos, não é apenas do dia da foto que ele guarda recordações de Pelé, mas também de toda sua trajetória como pessoa e atleta. Para Magalhães, Edson Arantes do Nascimento conquistou o título de “Rei do Futebol” não só por ter sido um grande jogador, mas por tudo que construiu ao longo da sua vida. 

“Eu sempre disse que o esporte é a força viva de um povo. E Pelé sempre foi essa força viva. Além de um grande cavalheiro, ele foi um grande jogador. Foi indiscutivelmente o maior jogador da história do futebol do Brasil. Ele também nos representou, pois ganhou o título de melhor jogador do mundo de todos os tempos, e ninguém tirou esse título dele. Primeiro, porque ele era um craque de futebol. Depois, pelo seu caráter e pelo seu determinismo”, ponderou. 

Não foi à toa que Pelé ganhou três das quatro Copas do Mundo em que defendeu as cores da seleção brasileira, triunfos dos quais Carlos Magalhães também se lembra muito bem. 

“Em 1958, na Suécia, onde entregou o seu espírito de atleta líder a uma seleção que ganhou dois jogos seguidos de 5 a 2 contra a França e contra o time da casa. Foi campeão também em 1962, no Chile; apesar de contundido, jogou as duas primeiras partidas, depois foi substituído para Amarildo. E foi o grande campeão mundial em 1970, no México”, recordou o radialista. Nesse último campeonato, ele também ressaltou a presença de um sergipano na seleção brasileira tricampeã ao lado de Pelé: Clodoaldo.

Dentre as tantas conquistas de Pelé, Magalhães destacou ainda seu papel de popularizar o futebol nos Estados Unidos, quando jogou no time New York Cosmos - atualmente inativo -, nos anos 1970, tendo sido o primeiro grande jogador a disputar a Major League Soccer -  o maior campeonato do esporte naquele país.

Por essas e outras, Edson Arante do Nascimento ficou eternizado como Pelé - o Rei do Futebol. “É esse Pelé, o pai, o amigo, o amigo da imprensa - sempre nos tratou muito bem. Pelé vai em paz. Deus o leva para a vida eterna aos 82 anos. Você merece um grande lugar por lá”, concluiu o radialista.

Pelé faleceu no último 29 de dezembro, em decorrência de um câncer de cólon, após ter passado um mês internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.