Real Digital está cada vez mais próximo
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 10/09/2022 04h18Na última quinta-feira (08), o Banco Central do Brasil (BC) informou que iniciou o desenvolvimento dos trabalhos do LIFT Challenge – Real Digital, que vem a ser o laboratório de execução de projetos para o desenvolvimento da futura versão digital da moeda brasileira. O LIFT Challenge é o resultado da parceria entre a autoridade monetária nacional, o BC com a Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central, que está trabalhando para identificar e formar as características básicas infraestruturárias para a moeda digital do Brasil.
Os trabalhos deverão durar quatro meses, que contemplarão os processos de criação, desenvolvimento e maturação do produto monetário digital, para poder dar início à fase de testes de uso com grupos específicos delimitados, a exemplo de cidades, limite de valores e pessoas selecionadas para o beta teste do Real Digital. O objetivo é fazer com que a população brasileira possa usar a moeda digital a partir de 2024, após todo o processo corrido e finalizado no ano que vem.
O LIFT recebeu mais de 40 propostas de empresas que trabalham com o setor de monetização digital de vários países, nove propostas foram aprovadas e irão serão aceleradas. O processo envolve a digitalização da moeda de vários países, que também estão trabalhando na criação de sua moeda digital, a exemplo de Alemanha, Estados Unidos, Portugal, Israel, Suécia e Reino Unido.
O desenvolvimento da versão digital do Real passa pela criação de tokens, representações digitais de ativos, de modo que os clientes possam usar valores digitais sem precisar usar os recursos físicos investidos no banco. Até porque, a moeda digital estará submetida à autoridade monetária de forma direta.
O Real Digital é diferente de uma criptomoeda, pois existe uma questão simples que lhe dá segurança real: o lastro. A moeda digital brasileira é a evolução do próprio Real, não tendo origem meramente eletrônica, como as inúmeras criptomoedas que temos disponíveis no mundo.
Também devemos considerar que a criptomoeda é considerada um ativo financeiro, sujeita às variações de mercado. Ao contrário do Real Digital, que terá seu valor garantido pela autoridade monetária, sendo o nosso dinheiro em papel e moeda, convertido para o uso eletrônico. Ou seja, o Real Digital, será usado para a nossa vida cotidiana, como compras, pagamento de contas e tudo o que podemos fazer com nossos recursos. Ao contrário da criptomoeda que não permite fazer isso.
O país que tem sua moeda digital em pleno uso e de forma muito avançada é a China, com seu Yuan no formato eletrônico, utilizado nas carteiras digitais das pessoas. Muito dificilmente as pessoas nos grandes centros usam papel moeda, tudo é feito através do seu token pessoal no celular.
Mas aí vem o problema: tudo estará num aplicativo de celular, certamente. Como conter os roubos de celulares?
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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
E-mail: jornalistamarciorocha@live.com
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