Dia das Crianças: o que elas esperam do futuro pós-pandemia | F5 News - Sergipe Atualizado

Dia das Crianças: o que elas esperam do futuro pós-pandemia
Especialista recomenda que momento é para focar em atividades lúdicas
Brasil e Mundo | Por Agência Brasil 12/10/2021 10h15


As estudantes Letícia, de 8 anos de idade, e Maitê, de 7 anos, estudam na mesma sala do 2º ano do ensino fundamental de uma escola da zona leste de São Paulo. Elas estão entre as milhares de crianças que enfrentaram o primeiro ano da pandemia com aulas online e afastadas de parentes e amigos da escola. 

Este ano, elas voltaram a estudar presencialmente, mas ainda não é como antes, conta a Maitê Bellentani Bento. “Não pode abraçar, nem dar as mãos para fazer aquela brincadeira de ficar girando”. 

Maitê voltou às aulas em agosto, depois de muito insistir com a mãe. “Meu primeiro dia foi bem legal. Quando cheguei me cumprimentaram com alegria. Porque quando eu fazia aula online, eu ficava implorando para minha mãe deixar eu voltar para a escola. Aí, ela me deu uma oportunidade e eu fui para a escola”, disse entusiasmada. 

Mesmo com a volta à escola, algumas atividades ainda estão restritas, o que deixa Maitê entristecida.  “Já faz dois anos que meus amigos não vêm nos meus aniversários, também tenho saudade de sair com meus primos e saudade das minhas amigas aqui na minha casa”.

Letícia Oliveira de Paula também sente falta de uma festa. “Não pode fazer festa, não pode chamar meus amigos aqui em casa”, lamenta. Da escola, ela sentiu saudade de conversar com os amigos, de perto, “e sentir que eles estão lá!”. Ela voltou às aulas presenciais em fevereiro, quando foi autorizado o retorno com 35% dos alunos por dia nas salas de aula.

As meninas relembram o início do isolamento social.  “Eu não gostei porque não podia ver meus primos, ir na quadra e na piscina. A única coisa legal era quando eu ligava de vídeo para minhas amigas e a gente brincava de boneca [online]”, conta Maitê. 

“O isolamento foi difícil, fazer aula online não é muito legal, porque na escola tem a professora para ver a gente e também não fica travando!”, disse Letícia em tom de brincadeira. Mas, mesmo indo às aulas e seguindo os protocolos sanitários, tem uma coisa que Letícia sente vontade, e quer fazer quando puder. “Tirar a máscara, é o que eu mais tenho vontade!”.

Vacina

Apesar do medo de ficar com o “braço doendo”, a estudante Letícia não vê a hora de se proteger com a vacina contra a covid 19. “Tenho medo de meu braço ficar mole como uma slime [massinha de modelar caseira], mas também estou ansiosa porque vou estar protegida da covid!”. 

Um mundo melhor

Para essas meninas, o mundo pós-pandemia será melhor e mais feliz. “As pessoas vão poder sair e viajar juntas, fazer encontros, abraçar umas às outras, tomar sorvete juntas, ir nos aniversários uma das outras, brincar juntos. E sem usar as máscaras. O mundo vai ser assim, mais  feliz!”, disse Maitê. 

Letícia torce por um mundo diferente quando acabar a pandemia. “Estará bem melhor, porque todo mundo vai poder se ver, falar sem máscara, e vai poder se abraçar, falar pertinho, isso também vai ser melhor”. E completa, “acho que o mundo vai ficar melhor, porque vai ter a lição que a pandemia aconteceu, e as pessoas não vão mais ficar tossindo em cima das outras, vai tentar não ter muita aglomeração e ficará essa lição de que não foi legal e não vai querer ter uma pandemia de novo”. 

Apesar de todos os pontos negativos da pandemia, uma lembrança boa ficará na memória da Letícia. “Vou lembrar de ficar mais perto da minha mãe. Eu ficava na na aula online, no escritório com ela”. 

E quando for decretado o fim da pandemia, Letícia diz que quer abraçar tanta gente que nem sabe quem será a primeira. “Mas eu queria muito poder abraçar as minhas amigas da escola! Também estou com muita saudade de ficar viajando para os lugares”.

Retomada das atividades

O que essas duas crianças descrevem mostra a esperança em um futuro pós-pandemia e que aos poucos as atividades estão sendo retomadas, mas ainda é preciso ir devagar com  o retorno às atividades coletivas, e ser feita respeitando a individualidade e a característica de cada criança, orienta a psicóloga e psicoterapeuta positiva Luciana Deutscher. 

“Os pais podem ajudá-las conversando antes para saber como ela se sente com essa volta, com esse retorno para escola, com essa nova socialização, e como é que eles se sentem revendo os amigos. Por menor que a criança seja, se você explicar, conversar com ela na linguagem dela, ela sempre vai entender. Temos uma questão cultural, às vezes, de não conversar com as crianças, mas o diálogo e a conversa são sempre a melhor alternativa”, orienta a psicóloga.

Mesmo que a criança apresente esta vontade de tirar logo a máscara, como a Letícia se manifestou, é preciso explicar para a criança que ainda é preciso continuar com os cuidados como o uso do álcool gel e da máscara. “Mas que ela vai poder estar no mesmo lugar que a professora, com os amigos, e que vai poder voltar a visitar a casa dos avós”, disse Luciana Deutscher.

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