EDITORIAL: Um dia é muito pouco
Brasil e Mundo 11/10/2011 23h59
Hoje as famílias procuram, cada uma conforme suas possibilidades, brindar suas crianças com um carinho especial. Presentes distribuídos, refeições caprichadas à mesa, atividades de lazer contemplando o gosto dos pequenos, em maior ou menor grau, costumam fazer parte da programação alusiva à data.
Precisamos, entretanto, que a sociedade assuma sua responsabilidade sobre um exército de crianças para as quais o 12 de outubro é um dia como outro qualquer, caracterizado pelo abandono, pela intimidade com um sofrimento injustificável, que rouba a inocência enquanto abre espaço para a desesperança.
Episódios de violência doméstica – entre os quais, abuso sexual -, pedofilia e exploração do trabalho infantil ainda são rotina na cena brasileira, a despeito de esforços governamentais para reduzir essas deploráveis estatísticas.
Parte do insucesso em exterminar tamanha chaga social, seguramente, deriva da falta de um engajamento cidadão massificado em prol da luta pelo direito a uma infância digna. Todos podem e devem dispensar um mínimo de atenção a essa causa, multiplicando os afetos e cuidados do Dia da Criança para os outros 364 do ano. É um apelo humanitário cujo acatamento ajuda a construir um país no qual a fraternidade tenha chance de subjugar o caos.
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