Suspeito da morte de Henry, Jairinho tem prisão temporária decretada
Menino morreu dia 8 de março num condomínio no Rio de Janeiro Brasil e Mundo | Por Agência Brasil 08/04/2021 08h33 - Atualizado em 08/04/2021 16h35A Justiça decretou hoje (8) a prisão temporária do vereador do Rio de Janeiro, Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, suspeito da morte de seu enteado, o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos.
O menino morreu no dia 8 de março deste ano, no apartamento em Jairinho morava, na Barra da Tijuca. Também teve a prisão decretada a mãe do menino e namorada do parlamentar, Monique Medeiros.
Os dois foram presos na manhã desta quinta-feira em uma casa em Bangu, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, e encaminhados para a delegacia de Polícia Civil da Barra da Tijuca, ondem prestam depoimento.
O menino morreu no apartamento onde morava com a mãe e o padrasto, na Barra da Tijuca, depois de passar o fim de semana com o pai, Leniel Borel. Inicialmente, o caso foi tratado como morte acidental, mas a perícia encontrou indícios de agressão no corpo de Henry.
O advogado de defesa do casal, André Barreto, chegou à delegacia logo após a prisão do vereador e da mãe de Henry. Procurado pela reportagem da Agência Brasil, o advogado não respondeu às mensagens.
Em um site criado pelo casal e sua defesa há alguns dias, no entanto, eles dizem ser inocentes e acreditar que “a justiça prevalecerá”.
Redes sociais
O pai de Henry, Leniel Borel, postou uma mensagem na madrugada de hoje, no Instagram. No vídeo, Henry aparece dançando.
“Henry, 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpe o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais. Confiamos que Deus fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia. Salmos 37”, escreveu o engenheiro.
Conselho de Ética
A vereadora Teresa Bergher (Cidadania) informou hoje que vai pedir ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio, do qual ela é integrante, o afastamento de Dr. Jairinho do seu mandato de vereador e do próprio colegiado.
“Precisa ser afastado imediatamente. Pela imagem da Casa, pela credibilidade de cada um de nós vereadores e por respeito a esta criança vítima de um cruel assassinato e a toda a população que representamos”, afirmou a vereadora, que é autora da emenda que criou o conselho.
O vereador Chico Alencar (PSOL) também defendeu, pelo Twitter, o afastamento do Dr. Jairinho do mandato de vereador. “Vereador Jairinho - doutor que nunca exerceu a função - do "Solidariedade" (!), muito influente no poder carioca em sucessivos governos, está preso, acusado de um crime abominável. Tem q ser afastado imediatamente do mandato. Depois, de posse do inquérito, pediremos sua cassação”.
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio vai se reunir hoje, às 18h.
Jairinho foi eleito membro do colegiado no dia 11 de março. Se ele for afastado, a vaga será ocupada pelo seu suplente, o vereador Luiz Ramos Filho (PMN).
“Nunca poderia imaginar que assumiria numa situação desta. Fui eleito suplente do Conselho de Ética e vou cumprir o meu papel. O caso é extremamente grave e o conselho de ética da câmara precisa dar uma resposta imediata, Mas temos que agir com imparcialidade, com firmeza e amparados pela lei. Precisamos ouvir a procuradoria da casa para dar uma resposta à sociedade”, disse Ramos Filho.
Afastamento do partido
Ontem (7), o partido Solidariedade comunicou “o afastamento do vereador Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho” da legenda. Em nota, o partido disse que aguarda a apuração dos fatos e uma posição final da Justiça.
“Nós, enquanto um partido formado por cidadãos que buscam um futuro melhor, manifestamos nosso repúdio a todo e qualquer tipo de maus tratos e violência, principalmente contra crianças e adolescentes. Lutamos pelos desfavorecidos e seguiremos atentos aos mais vulneráveis de nossa sociedade”, afirmou a legenda, em nota.