Amigo é coisa pra se guardar (para Roberto Bartneck de Oliveira - Bart) | F5 News - Sergipe Atualizado

Opinião
Amigo é coisa pra se guardar (para Roberto Bartneck de Oliveira - Bart)
Se seu “body” se foi de repente, sua “soul” está aqui com a gente, será preservada
Cotidiano | Por Djenal Gonçalves Filho (*) 22/09/2020 12h00


Linhas sofridas, estas. Pouco importa se a pauta do Poca caiu. A pauta musical em branco é de uma tristeza indescritível. Isso se traduz em silêncio, em vazio, porém muito longe de passar despercebido quando se trata de uma pessoa que falava mais através dos teclados do que com a própria voz, é de ensurdecer.

Sempre escrevo em busca do humor que lateja em meu cérebro, mas esses dedos hoje servirão à memória de um amigo que sempre enaltecia a família, seu porto seguro. Quando me abraçava, mero fã e amigo, dizia: “Eita abraço gostoso da porra!”. Aqui vai o meu abraço, parceiro!

Roberto Bartneck de Oliveira, nosso Bart, partiu. Vocês têm noção do que é sobreviver de Jazz, muitas vezes tocando duas ou três vezes por semana, em Sergipe, o país do forró e da sofrência? Bart e Soayan fizeram disso uma resistência nunca antes vista em nosso estado.

Conhecedor dos compassos e descompassos da vida, Bart muitas vezes varava madrugadas como motorista de aplicativo pra inteirar a renda. Sergipe tem grandes músicos, mas não é segredo pra ninguém que a valorização está longe de ser alcançada.

Soayan, sua parceira no duo Body & Soul, conta que o conheceu durante a apresentação do Jipe Amarelo, quando ela rodou a mineira e disse que queria cantar de todo jeito. No ensaio, deitada no chão, cantando Clube da Esquina, olhou pra cima e viu a cara desconcertada de Bart. Não porque ela estava no chão, mas por não ter desafinado. Hoje ela vai cantar no chão. Ele, do alto, recebe merecidas homenagens.

Bart não foi ao primeiro show do Body & Soul. Tinha um compromisso no mesmo horário com a antiga banda e foi substituído por Rafael Ramos (The Baggios). Após o evento, Bart sendo Bart, agradeceu a participação do amigo e rebocou Soayan pra casa, dizendo que a Diva era dele, dali por diante, ponto final.

Tive a honra de levá-los a Salvador, onde se apresentaram no Caju, no Chez Bernard e na festa de aniversário do grande amigo Luiz Coutinho, diante de um público que questionava a razão de não tê-los conhecido antes. Mais recentemente, em plena pandemia, tirei a máscara para apresentar sua live. Live lembra life: vida!

Pode apostar que seu legado será honrado, amigo, lembrando você e tantos outros que ainda caminham entre nós e justificam seu amor pela música. Se seu “body” se foi de repente, sua “soul” está aqui com a gente. E será preservada.

* É Cronista, texto publicado originalmente no portal Poca Olho 

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