Categoria dividida: Rodoviários realizam novo protesto em Aracaju | F5 News - Sergipe Atualizado

Categoria dividida: Rodoviários realizam novo protesto em Aracaju
Trabalhadores não concordam com acordo feito pelo sindicato com o setor patronal
Cotidiano | Por Aline Aragão e Will Rodriguez 26/02/2021 16h22 - Atualizado em 27/02/2021 14h28


Trabalhadores rodoviários realizam, na tarde desta sexta-feira (26), novo protesto em Aracaju. Eles dizem que não concordam com as decisões tomadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra) com o setor patronal e pedem a saída do presidente da entidade de classe.

Motoristas e cobradores se reuniram em protesto em frente à sede do sindicato, na Avenida Gonçalo Rollemberg Leite, no bairro São José, de onde seguiram em caminhada pela Avenida Barão de Maruim até a Avenida Beira Mar. Segundo o motorista Alexandre da Silva, a manifestação é pacífica, mas ônibus pararam de circular. 

"Não queremos baderna, queremos os nossos direitos. Vamos sair em caminhada e vamos parar os colegas motoristas e convidá-los a se juntar a nós, encostando o carro na via, mas vai da consciência de cada um", disse ao F5 News. 

Alexandre afirma que não houve negociação do Sindicato com a categoria e que as decisões são tomadas de forma arbitrária. "Não fomos chamados para conversa, não houve assembleia, nem discussão com a categoria. Ficamos sabendo da decisão pela imprensa", declarou. 

Ele diz que os trabalhadores não concordam com a redução no valor do ticket alimentação, de R$ 570 para R$ 250 e reclama da sobrecarga no trabalho com a retirada dos cobradores. 

"Hoje o motorista tem que fazer tudo, eles estão tirando os cobradores e deixando o motorista sobrecarregado; a gente tem que dirigir, passar troco, operar o elevador, tirar dúvidas dos passageiros e muito mais, e ninguém está vendo isso! Além do peso do trabalho, estamos ficando com uma alta carga de estress", relatou o rodoviário.

O presidente do Sinttra, Miguel Belarmino, disse que não se responsabiliza pelos atos do grupo, que não representa a maioria dos trabalhadores e que, por isso, não vai comentar as declarações. Disse ainda que o acordo firmado junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) mantém benefícios e que é uma vitória para a categoria.

Segundo Belarmino, a manifestação está sendo orquestrada pelo ex-vereador Adriano Oliveira, que aparece num vídeo (abaixo) conversando com os trabalhadores e combinando como deve ser feito o protesto. No vídeo, Oliveira pede que a manifestação ocorra sem vandalismo e diz que já está providenciando um carro de som.

O F5 News conversou com ex-vereador que negou as acusações e disse que apenas deu apoio aos trabalhadores quando foi solicitado e orientou que a manifestação ocorresse de forma civilizada. "Eu discordo desse sindicato, que convocou a categoria para uma assembleia no próximo dia 28, às 22h e hoje a categoria foi surpreendida com esse acordo firmado na própria Justiça do Trabalho. Eu não tinha conhecimento desse movimento, o pessoal me pediu apoio, eu fui até o Sindicato, e me pediram carro de som e eu disse que ia tentar conseguir, mas em nenhum momento eu decidi e determinei que alguém parasse, porque são pessoas adultas e responsáveis pelos seus atos. Eu disse a eles que desde quando resolvesse paralisar o transporte, de livre e espontânea vontade, sem vandalismo, sem quebra-quebra, sem secar pneu", declarou Adriano.

O primeiro movimento dos rodoviários foi deflagrado após uma assembleia da categoria na semana passada, na qual ficou deliberado um indicativo de greve para o dia 1º de março, mesmo sem consenso entre os trabalhadores. À época, uma decisão da Justiça do Trabalho definiu que os rodoviários estão proibidos de realizar paralisação total do transporte na capital, sendo obrigados a prestar  o serviço com, no mínimo, 70% da operação.

Direito de Ir e Vir

Em nota, o Setransp informou que vai acionar a Justiça contra o "crime de dano contra a concessionária de serviço público e por desobediência a ordem judicial paralisando o serviço essencial em momento de pandemia". 

O Sindicato que representa as empresas de transporte também disse manter um diálogo aberto com os trabalhadores, mas que o setor enfrenta fortes prejuízos decorrentes da queda da demanda provocada pela pandemia.

"Só na última paralisação após assembleia dos rodoviários, as empresas tiveram um saldo negativo de 243 ônibus danificados com os atos de vandalismo que destruíram pneus e vidraças, acumulando mais um custo, que chega em quase R$ 100 mil para os reparos. Apesar dos acordos trabalhistas firmados, mais uma vez, manifestantes voltaram a causar transtornos aos passageiros impedindo o direito de ir e vir", salientou o Setransp.

 

     

Edição de texto: Will Rodriguez
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