Dia do Psicólogo: a pandemia da covid-19 sob o olhar do profissional | F5 News - Sergipe Atualizado

Psicologia
Dia do Psicólogo: a pandemia da covid-19 sob o olhar do profissional
Medos, mudanças e contágios, saiba o que passou o profissional nos últimos anos
Cotidiano | Por Lucas Sá 27/08/2022 13h00


No início de 2020 a humanidade adentrava uma nova era na história com a chegada da Covid-19. Obscuro, incerto e temido, o momento que a humanidade atravessa parecia um roteiro de filmes com pessoas perdendo empregos, empresas fechando e até pouco tempo atrás, o distanciamento social se tornou uma realidade. De repente, o mundo viu que além dos enfermeiros outro profissional estava na linha de frente, o psicólogo, que celebram um dia em sua homenagem neste 27 de agosto.

Nos hospitais, enfermeiros e médicos lutavam contra o tempo para salvar o máximo de pacientes em um cenário catastrófico que a cada dia piorava. Nesse contexto, o psicólogo surgia como um dos mais importantes profissionais da saúde, o que permitiu para muitos ter mais que uma instrução mas, acreditar que aquilo era passageiro e que os bons dias voltariam e a vida continuaria.

“Os casos de transtornos psicológicos aumentaram desde o início da pandemia, e afetou tanto a população no geral, como os profissionais da área da saúde. Diante da situação pandêmica, uma das medidas sanitárias adotadas foi o distanciamento social, de forma a minimizar o contágio. Essa medida acarretou em isolamento, em mudança na rotina, no planejamento e desenvolvimento das atividades diárias, na preocupação econômica, na reinvenção das atividades e entretenimento. Todas essas questões são fatores estressantes, que ressoam negativamente na saúde mental”, diz a psicóloga Neriany Nunes.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicada pela revista The Lancet, o índice de pessoas com depressão no Brasil havia aumentado cerca de 90%, entre os meses de março e abril daquele ano. A crise sanitária em seu período mais crítico fez o brasileiro mergulhar em uma tensão emocional profunda, como demonstram os números. 

“Os anos de pandemia agravaram sim meu quadro de ansiedade, até porque no primeiro ano da pandemia trabalhava na TV, e na produção e reportagem só se falava da gravidade da doença. Com o passar do tempo atuei em uma rede hospitalar, onde passaram pacientes graves com Covid e era sempre um alerta estar na instituição. Essa questão de sempre estar alerta foi o que agravou a minha ansiedade aliada principalmente ao período de home office, relata a assessora de comunicação, Érica Santos.

Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas ao mesmo tempo que ajudavam as pessoas, tentavam se manter emocionalmente de pé, enquanto também experimentavam mudanças. Uma das principais foi a de transformar as casas em estúdios, escritórios, salas de aula e consultórios. “Além do trauma vivenciado por muitos, de qualquer que tenha sido a natureza (isolamento, luto, sequelas), toda essa logística social e econômica continua em reequilíbrio”, diz a psicóloga.

A palavra reinventar, inclusive, foi um marco para a psicologia, sobretudo para os profissionais que atuavam além das paredes do consultório. “Minha atuação é com a população em situação de rua. Tudo mudou, pois o estresse desencadeado por essas questões, assim como o afastamento social, causaram ansiedade e depressão não apenas no paciente, muitos colegas de profissão também sofreram com isso”, conta Neriany.

Alguns pacientes também não se acostumaram com o ambiente virtual e ansiavam pelo retorno do atendimento presencial. “Me sinto mais acolhida. Até fui indicada para uma que atendia on-line, mas preferi ficar com a presencial porque me sinto mais segura com alguém olhando nos meus olhos presencialmente”, conta Érica.

Entre mudanças e adequações, a vida do profissional da psicologia está totalmente diferente do que era antes da pandemia. A grande preocupação desse profissional na verdade ultrapassou a questão do contágio pelo vírus.

“O novo normal continua sendo reinventado. Além do cuidado físico, deve-se cuidar da mente também, pois ambos têm correlação. É de suma importância que as pessoas procurem ajuda profissional diante de tantas questões que inevitavelmente causaram desequilíbrio emocional e psíquico. Não é só forma de tratamento, mas de prevenção também, parabenizo a todos os colegas da área pelo trabalho não apenas na pandemia mas, durante todo a vida dedicada as pessoas", completa a Neriany Nunes.

 

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