Pelo menos dois bairros da capital sergipana estão com índice alto de infestação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zica e chikungunya. A Secretaria Municipal de Saúde aponta que os focos têm crescido nas residências dos aracajuanos. Em todo o estado, já foram confirmadas quatro mortes pela dengue, de três crianças e um adulto.

Foto: cedida ao F5 News/SMS

Os bairros Industrial e o Santo Antônio, ambos na zona Norte de Aracaju, chegaram ao índice acima de quatro, maior risco de contaminação, segundo o terceiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) deste mês, apresentado nesta sexta-feira (17) pela Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com o levantamento, mais da metade dos bairros da capital estão em médio risco de infestação do mosquito. Ao todo, 14 bairros (32,5%) estão com baixo risco de infestação; 27 (62,8%) em médio risco; e dois com alto risco (4,7%). 

Segundo a Saúde de Aracaju, a maioria dos criadouros foi localizada dentro das residências, como em vasos sanitários, caixas de descarga em banheiros inutilizados, vasos de planta, pia de banheiro, ralos, lavanderia, tonel, recipientes de plástico e até em bebedouro de animais; 53,1% em armazenamentos de água, 37,9% em pequenos depósitos e 8,5% em entulhos.

A secretária da Saúde, Wanesca Barboza, faz um alerta para que a população elimine os focos do mosquito. "Precisamos que a população entenda que a gente não pode baixar a guarda e que é um problema coletivo. A secretaria vem fazendo sua parte de fazer os levantamentos, eliminando focos em terrenos baldios, educação para a população, mas precisa que a ação efetiva seja feita pelo morador", ressalta.

Em janeiro e março deste ano, a capital registrou índice de 1.2, mas em maio subiu para 1.8, considerado de médio risco. Conforme o período de chuva, também já é esperado um aumento no número de criadouros. "Se tiver entulho, lixo, brinquedo, pneu no quintal vai acumular água da chuva. Precisa da ajuda de todo mundo", alerta Taise Cavalcante, diretora de Vigilância e Atenção à Saúde.

Medidas

Para evitar surtos e epidemias, já verificados em várias partes do país, a Saúde anunciou que vai intensificar o trabalho de campo para o combate à proliferação do mosquito nas localidade mais atingidas da capital. De acordo com Taise Cavalcante, desde o início do ano ações foram realizadas, entre elas, oito mutirões de controle, visitas domiciliares, aplicação de inseticidas e fumacê em pontos estratégicos, mais de 20 mil pneus coletados de janeiro a abril, orientações nas escolas, entre outras medidas.

No Santo Antônio e no Bairro Industrial, equipes com 30 agentes de endemias serão disponibilizados para realizar um mutirão de limpeza e orientar os moradores para a eliminação dos criadouros. 

"Fazemos o tratamento mecânico, eliminando focos em baldes, bacias, banheiros, descarga de banheiro em desuso. Durante o dia vamos fazer isso, e à tarde a equipe de fumacê vai passar aplicando para eliminar os mosquitos adultos, transmissores da doença. Todas essas ações conjuntas ajudam no dia a dia para a gente fazer a prevenção e eliminar o máximo possível de criadouros", completa Cavalcante.