Na manhã do último sábado, dia 21, o governador Marcelo Déda (PT) realizou uma vistoria em toda a estrutura do Palácio-Museu Olímpio Campos, no Centro da capital, onde receberá a comitiva presidencial e os governadores dos estados atingidos pela seca nesta segunda-feira, 23. Este ato ocorrerá logo após a assinatura da renovação do contrato de arrendamento entre a Petrobras e a Vale que possibilitará o início da execução do Projeto Carnalita, que será realizado no canteiro da Vale, em Rosário do Catete.

Déda recebe Dilma e governadores, nesta segunda, no Palácio-Museu

Acompanhado do representante do Cerimonial da Presidência da República, Marcos César Laguna, e do chefe da segurança desta visita do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que também serve à Presidência, coronel Laélio Leal, o governador mostrou todas as dependências do Palácio-Museu e discutiu toda a logística montada para os atos.

Relevância

Segundo o governador Marcelo Déda, esta será uma das mais importantes visitas já realizadas pela presidenta Dilma em Sergipe. “Além da alegria de receber um presidente, que revela o interesse e a atenção da União com o Estado, esta é uma visita com um conteúdo extraordinário e de dimensão histórica, já que estaremos assinando o terceiro capítulo da história da exploração dos recursos minerais em Sergipe”, argumentou o governador Marcelo Déda.

O governador lembrou dos primeiros momentos dessa história quando da luta dos sergipanos e o trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Condese), que era uma instituição responsável pelo estudo, planejamento e prospecção das potencialidades econômicas do estado. “O Condese foi um órgão fundamental no sentido de construir uma matriz de desenvolvimento para o estado e, dentro dessa matriz, encontrar a exploração mineral como uma das âncoras do desenvolvimento”, lembrou o governador.

Ainda segundo Déda, nesse processo, que se deu ao longo dos anos 1960, há que se destacar a presença de figuras decisivas. “Este é o caso do jornalista Orlando Dantas, que foi o grande paladino da defesa da exploração do potássio em Sergipe; o papel do economista  José Aloísio de Campos, que foi o grande líder do Condese, o papel do deputado Valter Batista, que foi um dos grandes lutadores pela exploração do petróleo e pela criação da lei dos royalties. Estas figuras históricas foram os responsáveis pelo primeiro momento dessa história”, registrou Déda.

O segundo momento, de acordo com Déda, deu-se durante a criação das empresas que exploram esses recursos minerais, a exemplo da chegada da Petrobras em Sergipe, a fundação da Petrobras Mineração (Petromisa) e a própria criação da Nitrofértil, atual Fafen, que utiliza o gás natural como matéria prima na fabricação de amônia e uréia.  “Já o terceiro grande capítulo vai começar a ser escrito pelo projeto Carnalita, que se constitui num investimento de US$ 4 bilhões, o maior investimento privado de Sergipe, já que só a Petrobras investiu mais em terras sergipanas”, complementou.

Ato Histórico

“A presidenta Dilma entrará para a história como aquela que tomou a decisão política de trazer o projeto Carnalita para a sua mesa. Ela compreendeu que, muito mais que uma questão pertinente ao desenvolvimento econômico do Estado de Sergipe, este projeto está intimamente vinculado ao projeto nacional para desenvolvimento do país, já que o Brasil tem uma grande vulnerabilidade ao ser um dos maiores produtores agrícolas do mundo, ocupando a primeira posição na produção de várias commodities agrícolas, mas é dependente dos fertilizantes que importa, e dentre estes, um dos mais importantes é o potássio”, ponderou o governador.

Diante disto, de acordo com o governador, explorar o potássio brasileiro é vital para a dar sustentabilidade ao desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio no pais, mantendo o Brasil na vanguarda da produção de alimentos. “O presidente Lula tinha percebido isso quando deflagrou a prioridade para exploração dos minérios utilizados na fabricação de fertilizantes, e a presidenta Dilma, quando deu seguimento a essa diretriz, botou na sua mesa a agenda que o Governo de Sergipe apresentou”, descreveu Déda ao lembrar dos primeiros debates sobre o projeto Carnalita.

“A presidenta assumiu a responsabilidade de convocar duas empresas (Petrobras e Vale) e exigir que elas se entendessem pelo bem do Brasil. A vinda dela, portanto, consolida essa vitória de Sergipe e do Brasil e, mais uma vez, Sergipe oferecerá a riqueza do seu solo como contributo ao processo de consolidação da independência e da soberania do Brasil”, salientou.

Seca

Além desse aspecto, o governador também lembrou dos motivos que fizeram a presidenta convocar os demais governadores da região para abordar o grande problema da seca. “A presidenta escolheu Sergipe para discutir um dos mais importantes temas  da agenda nordestina que é a grave seca que aflige os estados da nossa região e Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha. A presidenta estará aqui para ouvir os relatos dos governadores sobre seus respectivos estados e, junto conosco, debater alternativas para fortalecer a presença do Governo Federal na solução desses problemas e na solidariedade efetiva ao homem do campo e às sertanejas e sertanejos que estão enfrentando uma seca danosa e que já atinge fortemente, no caso de Sergipe, a produção de leite e ameaça a produção de milho, já que até agora ninguém plantou, pois não houve chuvas”, concluiu Marcelo Déda.

Também acompanharam a visita os secretários de Estado da Casa Civil, Jorge Alberto, de Planejamento, Orçamento e Gestão, Oliveira Júnior; da Comunicação, Carlos Cauê, da Segurança Pública, João Eloy, o comandante da Polícia Militar, coronel PM Aelson Rezende, dentre outros auxiliares, técnicos e integrantes da administração estadual e municipal.

Da ASN