“Não sou traidora. Déda é que não teve habilidade para liderar” | F5 News - Sergipe Atualizado

“Não sou traidora. Déda é que não teve habilidade para liderar”
Maria Mendonça tentou falar com o Déda, antes de votar em Angélica
Política 29/02/2012 15h05


Por Joedson Telles

“A história política dos Teles de Mendonça não pode sair com uma pecha de traição”. Com essas palavras, a deputada estadual Maria Mendonça (PSB), finalizou seu discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, no início da tarde desta quarta-feira 29, valendo-se das explicações pessoais. Visivelmente emocionada, Maria Mendonça precisou respirar fundo em alguns momentos do seu longo pronunciamento, e, por pouco, não foi às lágrimas, tentando explicar que não traiu o governador Marcelo Déda (PT), ao votar pela reeleição da presidente da Alese, Angélica Guimarães (PSC), na última segunda-feira 27.

Para Maria Mendonça, diferente de ter havido traição por parte dos deputados, como entendeu o governador, Déda é que não conversou com a bancada para contornar a situação - mesmo tendo sido avisado por Angélica Guimarães, antes do Carnaval, de que o processo seria deflagrado tão logo ela conseguisse 14 assinaturas de deputados, respaldando a eleição. “Participei e lutei para que ele pudesse estar governando o Estado, e ele está fazendo um excelente governo. Mas, lamentavelmente, ele não soube conduzir esse processo. Ele não soube liderar os seus liderados. No momento em que Angélica comunicou, ele teria que ter procurado os deputados, porque isso aqui é um parlamento, e tem que ser respeitado. Ele não usou da habilidade, da prerrogativa de governador para conduzir o processo”, disse. “Gostaria de dizer isso a vossa excelência, mas não tive a oportunidade.”  

Maria disse que estava indo ao Palácio dos Despachos, na manhã da última segunda-feira, avisar ao governador que votaria em Angélica, quando recebeu um telefonema do secretário chefe da Casa Civil, Jorge Alberto, avisando que uma audiência com o governador estava marcada para às 16h30 do mesmo dia.  “Não imaginava que Angélica já tivesse colhido as assinaturas. Informei ao senador Valadares, que perguntou se eu já tinha avisado ao governador. Ele disse converse com Déda. Falei da audiência e vim para a Assembleia, quando aqui cheguei, já estava um burburinho de que o projeto seria votado naquela tarde. Foi aí que tomei conhecimento. Recebi um telefonema, fui lá para o banheiro e era o governador Marcelo Déda: ‘o que está acontecendo aí?’ Pediu explicações. Eu disse que, já que ele ligou para mim, gostaria de antecipar a audiência e comunicar a minha decisão de votar em Angélica”, lembrou Maria Mendonça.

Diante das suas palavras, a deputada narrou na tribuna da Alese que o governador não ficou nada satisfeito. “Ele, então, me disse que não aceitava. E que eu deveria escolher: eu votar no projeto de Angélica ou continuar aliada dele. E disse mais: se eu votasse no projeto de Angélica, eu seria adversária dele, no dia seguinte. Eu disse: lamento, governador. E ele disse: ‘amiga repense’. Mas eu disse: governador, não tenho mais o que pensar: dei minha palavra. Se ele tivesse me procurado durante o decorrer (do processo) eu teria trabalhado para que este episódio não tivesse acontecido. Mas, infelizmente, ele não procurou ninguém. Deveria ter procurado os liderados para colocar seu ponto de vista. Mas comigo pelo menos foi tarde demais”, disse.                    

Sobre a exoneração da sua irmã, Maria do Carmo Mendonça, a Carminha, que chegou ao Detran/SE pelas mãos do presidente do órgão, Bosco Costa, e deixou o cargo ontem, após uma “canetada dedista” , Maria Mendonça observou que não apoiou Déda em troca de cargos, e que já falou com todos os seus aliados para colocar os cargos à disposição. Segundo ela, ocupou o governo por ser uma aliada, e não achar justo que se governe com adversários. “Onde está a traição de Maria Mendonça? De que forma trai o amigo Marcelo Déda, que me ajudou em momentos difíceis? De igual modo, fui leal, companheira e sincera”, disse emocionada, precisando respirar fundo entre uma frase e outra. “Demonstrei lealdade, e entendi que no momento do telefonema ela estava com a cabeça quente, mas que poderia refletir”, disse. 

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