Susana passa pito em Déda: “Vamos trabalhar e parar de conversa”

Por Joedson Telles

Na manhã desta terça-feira 8, ao apartear um pronunciamento do líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Venâncio Fonseca (PP), a deputada estadual Susana Azevedo (PSC) reagiu às declarações do governador Marcelo Déda (PT), que ameaçou revelar as intenções de cada grupo político em Sergipe, num tom de quem estava passando um pito no chefe do Executivo. “Vamos trabalhar que somos muito bem pagos pelo povo. Quando o povo votou na gente, deputado, no governador, foi para trabalharmos. Vamos parar de conversa”, disse Susana Azevedo.   

Ao discursar, na manhã de ontem, segunda-feira 7, quando da posse dos novos secretários do seu governo, no Palácio de Veraneio, Déda não deixou dúvida na cabeça dos integrantes do PSC que estava se dirigindo a eles, já que voltou a tocar -  ainda que nas entrelinhas - na eleição da Mesa da Assembleia. As declarações do governador foram reproduzidas na Ilha FM, na manhã de hoje, o que assanhou os deputados do grupo dos irmãos Amorim. Veja o que disse Déda:      

“Tenho ouvido discursos. Tenho ouvido provocações. Déda não é de ficar sem dar resposta. Déda escolhe o tempo para dar resposta. Eu falei um minuto e meio na TV Sergipe, virou um incêndio em Sergipe. Um minuto e meio. E quando eu resolver falar uma hora sobre a política de Sergipe, o futuro de Sergipe, as intenções de cada grupo político no futuro de Sergipe? Quando o velho Déda voltar para a rua?”, indagou o governador.    

A deputada Susana Azevedo, ao ouvir, mais uma vez, o deputado Venâncio Fonseca dizer na tribuna da Alese que a presidente da Casa, deputada Angélica Guimarães (PSC), não traiu o governador, mas lhe avisou que o processo eleição da Mesa estava em curso, pediu um aparte e explicou que o grupo esteve ao lado do governador desde o seu primeiro governo, e votou nos seus projetos sem exigir um só cargo.

“Votamos pelo povo de Sergipe. Partidos que nem tinham assento nesta Casa tinham secretarias no governo. Votamos em Déda (em 2010). Só os quatro deputados do PSC, sem falar os demais do grupo, tivemos 100 mil votos. O PSC foi o fiel da balança. Foi tão importante na eleição de Déda que o senador Eduardo Amorim teve mais votos que ele. Mas ficam batendo na mesma tecla. Tem que  encerar o assunto. O povo não aguenta mais. Cada um deve seguir o seu caminho, e trabalhar por Sergipe, fazendo uma saúde, uma educação de qualidade”, disse Susana.

Outro deputado do PSC, Zeca da Silva, que, inclusive, até bem pouco tempo atrás era secretário do governo Marcelo Déda, ressalvou que “não cospe no prato que já comeu”, mas resmungou que ninguém aguenta mais ouvir essa “historia de traição”. Segundo ele, não há crianças e nem ingênuos na Alese para desconhecer o que, de fato, aconteceu. “Isso tem que acabar. Todos sabem como aconteceu, e, a partir de agora, quem disser diferente, vou reagir. Até agora, nenhum membro do nosso partido partiu para agredir ninguém. Tudo que Venâncio falou é verdade. Angélica avisou ao governador que faria a eleição”, garantiu.