Todas as vezes que trafego pela avenida Hermes Fontes, fico intrigada com o resultado da intervenção por ela sofrida a partir de 2019. A utilidade dos espaços criados na reforma não está clara para nós, simples mortais, os usuários da via. 

As pequenas ilhas implantadas para pontos de ônibus, nas vanguardistas pistas centrais, simplesmente não estão servindo para nada. Lá estão, abandonados os novíssimos abrigos de metal e painéis desprezados pelo “sistema”. Ao invés de serem prestigiados com seu uso, são permanentemente afrontados pelos antigos abrigos de plástico verde, que estão propositalmente locados em frente a eles e sempre disputados.

Quem usa a pista novidade, sempre em dúvida se está ou não infringindo algo, são os apressados veículos de passeio. Ninguém sabe ao certo se virão, ou quando virão, os afamados coletivos tomarem posse do que para eles foi concebido.

Penso por uns minutos qual foi mesmo a intenção desta obra...

Lembro de o poder municipal ter anunciado a implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) de transporte coletivo, onde as vias para circulação do transporte coletivo ficam completamente desimpedidas; exclusivas. Eu que já conhecia a solução de outras cidades, me perdia em elucubrações de como isso seria feito com as características vias estreitas que temos aqui em Aracaju. Pense como é difícil implantar uma via generosa em qualquer urbanização que se faz por aqui.

E assim foi que o mesmo anunciante da adoção do sistema, pouco tempo depois, desistiu publicamente do propósito. Ufa! Que alívio! Afinal, eu não estava equivocada! Concluíram que as vias eram estreitas!!!

De qualquer modo, as obras de transformação das avenidas para adaptá-las ao novo sistema já estavam na “mira do tiro”, “na boca da caçapa”. Começando pela avenida Hermes Fontes. Muitas árvores cortadas, muita poeira no ar, canteiros verdes extintos, pela modernização da capital!

Sem dúvida foram bem-vindas as faixas de travessias em “lombo faixa”, as novas soluções de retorno, tal qual cidade grande, e as novas definições de cruzamentos. Mas... as tais pistas exclusivas com as ilhas para o ônibus...essas não emplacaram, não. Bem, pelo menos até hoje.

Quem sabe ainda não ficará bem claro a que vieram!! Fico pensando se o poder público não deveria explicar...