Dos “carros de praça” até o Uber | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Dos “carros de praça” até o Uber
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 21/11/2016 13h21 - Atualizado em 14/12/2016 11h06

Utilizando as experiências nas viagens que tenho feito, busco sempre as melhores alternativas para transporte. Metrô, táxi e mais recentemente o Uber. Depois de algumas viagens e de diversas experiências, concluo que o Uber é a melhor alternativa de transporte individual para as pessoas que querem uma viagem confortável e segura.

 

Vou relatar apenas as últimas experiências, todas em Goiânia, na semana passada. Sempre fazendo o comparativo com os táxis locais. Para cada corrida feita com o Uber, fazia uma de táxi para comparar. O Uber chega a ser 50% mais em conta que o táxi na cidade, quer seja qual for a distância do percurso. O exemplo mais prático foi o do aeroporto para o hotel, que se localizava nas proximidades do Shopping Flamboyant. A corrida deu exatos R$ 24,35. Preço este que já sabia antes pelo GPS do aplicativo que me dava a rota a ser seguida. Com o táxi, a viagem que era meramente o mesmo caminho em sentido reverso, deu R$ 53, com uns “atalhos” desnecessários que o taxista pegou. Como não sou de discordar, fui na dele, comparando, mesmo sabendo que estava sendo passado pra trás. Ponto para o Uber, que mostra a rota e o valor que você pagará, mesmo com a tarifa dinâmica, uma majoração natural, vale mais a pena.

 

Conheci Welsey, ex-taxista, com 10 anos de praça e que fazia cerca de R$ 2.000 mensais após pagar a diária pelo uso da concessão. Ele me contou que como defensor de táxi, tinha que arcar com os gastos e o dono da concessão levava por dia o aluguel do ponto, uma diária de R$ 200 sem nenhum trabalho. Depois do Uber, a vida do jovem de 25 anos mudou. Wesley hoje dirige seu carro, consegue um faturamento mensal de R$ 4.000 e não tem despesa extraordinária nenhuma. O jovem disse que sua vida mudou para melhor depois que passou a dirigir passa as corridas contratadas pelo aplicativo.

 

Danilo, mecânico de uma concessionária autorizada de montadora japonesa na cidade, salário mensal de R$ 2.500, com menos de quatro horas de trabalho diárias pelo Uber, sua renda saltou para R$ 4.000 em dois meses, desde que começou a trabalhar. Para Danilo, satisfeito com sua jornada reduzida no Uber, conseguir pagar a faculdade da esposa sem dificuldades, como era antes, é um grande ganho conquistado e isso via Uber. Percebi que não há mais as rixas entre taxistas e condutores, pois um supre a necessidade do outro. Conversando com ambas as categorias, todos disseram que há mercado devido ao número reduzido de táxis na cidade. São 2 mil táxis para atender uma população de 1.5 milhão de habitantes, comparado a Aracaju, que tem 2.080 táxis para pouco mais de 600 mil habitantes.

 

O Uber começou a cadastrar motoristas em Aracaju. A oportunidade de ganho financeiro para as pessoas é muito grande. Óbvio que haverá muita resistência à implantação do serviço na nossa capital. Contudo, é a hora de buscar a evolução do transporte e a melhoria da qualidade de vida da população. Em um momento de crise, o Uber surge como uma alternativa para quem não consegue emprego, de dar uma condição de vida melhor para sua família.

 

O deputado federal Laércio Oliveira, quer acabar com a bagunça jurídica criada pelas prefeituras que permitem ou proíbem a regulamentação do aplicativo nas cidades, por meio do Projeto de Lei 2749/15. A legislação para o assunto tem que ser federal, o que dará de vez a oportunidade para as pessoas trabalharem. A Constituição Federal não qualifica o transporte individual de passageiros como serviço público, diferentemente do tratamento atribuído ao transporte coletivo. Esse assunto é disciplinado pela Lei 12.587. Todavia, em face da verdadeira revolução no serviço de transporte de passageiros a que temos assistido nos últimos tempos, notadamente com o uso de plataformas que conectam usuários a motoristas, é necessário aprimorar este marco legal.

 

“O serviço de táxi, da forma como é organizado, tem se mostrado anacrônico e o aumento de concorrência deve ser estimulado. Apesar de ser um serviço fiscalizado pelo poder público municipal. O sistema de permissão, onde a prefeitura dá a um pequeno número de felizardos o direito de ter um táxi. Como o número de placas concedidas é pequeno em relação à demanda, a sua comercialização acaba se transformando em um rentável negócio. Muitos possuidores de placas, em vez de conduzirem seus táxis, simplesmente preferem alugar seu carro para motoristas, que chegam a pagar mais de R$ 3 mil por mês somente para terem o direito de exercer a atividade, ou vender as placas por valores que chegam a ultrapassar centenas de milhares de reais em algumas capitais como São Paulo”, disse o parlamentar.

 

Laércio tem razão ao dizer que um pequeno número de felizardos pode trabalhar a questão do transporte individual, quando esse é um direito que, mediante a constituição, pode ser explorado por qualquer trabalhador, mediante regulamentação. Com os moto-táxis foi a mesma coisa. A legislação facultou aos municípios a sua permissão ou não. Quando começou houve muita confusão provocada pelos taxistas, mas o tempo provou que não houve mudança no mercado ou perfil do consumidor que usa os serviços de transporte.

 

Há mercado para todos, táxis, moto-táxis, ônibus e Uber, é preciso que se conscientizem disso. Evoluir o sistema de transporte é fundamental para o novo tempo. O que se reclama hoje, também foi reclamado quando o serviço de táxis foi regulamentado, pois os antigos donos de “carros de praça” não queriam que tomassem seu espaço. As cidades cresceram e o público consumidor também. Com seria se tivéssemos apenas 100 carros de praça para 600 mil habitantes hoje?

 

 

 

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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