Grupo yanomami vive às margens da BR-174 em Boa Vista | F5 News - Sergipe Atualizado

Direitos Humanos
Grupo yanomami vive às margens da BR-174 em Boa Vista
Sem redes suficientes para descansar, parte da família dorme sobre papelão
Brasil e Mundo | Por Agência Brasil 13/02/2023 19h08


Um grupo com cerca de 20 yanomami, a maioria crianças, tem vivido às margens de um acesso à BR-174, em Boa Vista, capital de Roraima. A situação de viver como um sem-teto em uma cidade é mais um reflexo da tragédia humanitária que o povo indígena tem enfrentado nos últimos anos.

Hugo Yanomami não sabe dizer sua idade, mas aparenta ser idoso. Fala pouco o português, o que dificulta a comunicação com a reportagem, mas sua principal reclamação é que não há redes para que todos possam dormir. Alguns precisam dormir no chão, entre a calçada e um terreno baldio, sobre caixas de papelão dobradas. “Precisa de rede. Tô dormindo no chão e dói as costas”, reclama.

Ele conta que fugiram da terra indígena porque não tinham o que comer e porque foram atacados por homens de outra comunidade. A cidade pareceu uma opção para eles conseguirem se estabelecer e tentar conseguir comida.

Na busca por alimentos, crianças e mulheres do grupo se deslocam até uma rua próxima, Estrela D’Alva, e se sentam em frente a uma padaria. Cláudia Yanomami segura no colo um bebê, seu neto, que aparenta ter apenas alguns dias de vida.

Ela espera que as pessoas os ajudem com doações em alimento e dinheiro. Enquanto tenta confortar o bebê faminto, Cláudia pede arroz, farinha, açúcar e sal. Também querem peixe. Alguém se propõe a ajudar e, no mercado, as opções de pescado são matrinxã e tambaqui.

Naua Yanomami, outra mulher do grupo, escolhe um tambaqui. O peixe é grande, mas tamanho é relativo, quando se tem um grupo faminto de cerca de 20 pessoas. Cláudia pede tabaco. Se não tem no mercado, aceita dinheiro para comprar em outro lugar. Mascar tabaco é parte da cultura yanomami.

Hugo também quer tabaco. Conversando com a reportagem, ele aponta para a boca e simula uma mastigação. “Tabaco é bom”.

Eles não sabem o que vão fazer no futuro, mas não pretendem ir para a Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai). Por enquanto, vivem como sem-teto na cidade de Boa Vista, dormindo sobre papelão e contando com a solidariedade de outras pessoas para sobreviver.

Mais Notícias de Brasil e Mundo
Getty Images
20/05/2024  07h13 Presidente do Irã morre em queda de helicóptero
Governo do RS
19/05/2024  18h00 Guaíba diminui 20 cm em 24h e chega ao menor nível desde 5 de maio
Getty Images
19/05/2024  15h34 Helicóptero de presidente do Irã tem “pouso forçado”, diz mídia local
arcello Casal Jr/Agência Brasil
19/05/2024  13h40 Mega-sena acumula e sorteia R$ 37 milhões na próxima terça-feira
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
19/05/2024  08h47 Baixa do Guaíba revela destruição e prejuízo em Porto Alegre

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado