UnB cria método para produção de látex hipoalergênico
Processo pode ser usado no fabricação de luvas, camisinhas e cateteres Brasil e Mundo | Por Agência Brasil 01/07/2018 18h24O que os pesquisadores desenvolveram foi uma forma de inativar proteínas alergênicas no látex de borracha natural. “O látex é um meio biológico muito rico, temos lá mais de 200 tipos de proteínas diferentes nele. No entanto, 13 delas são alergênicas e podem fazer mal à saúde. Quando se trata de usar o cateter em posição de contato muito próximo da mucosa, se a pessoa for alérgica pode ter um choque anafilático e vir a óbito”, explicou o professor Floriano Pastore Júnior, que lidera a pesquisa no Instituto de Química da instituição.
Em experiências anteriores, as proteínas eram retiradas do látex para evitar a alergia. "Em vez disso, partimos para uma abordagem diferente, porque vimos que retirar as proteínas tirava a resistência dos filmes feitos com látex. Então, a forma encontrada para evitar esse efeito foi não retirar as proteínas e, sim, bloquear a ação delas, o que foi feito por meio da utilização de tanino. Feito a partir do chá da casca da acácia-negra, o tanino é usado no curtimento de pele animal, para transformá-la em couro. Nesse processo, o tanino passa a funcionar como escudo de proteção das proteínas, evitando ataques de bactéria, dando estabilidade e longevidade ao couro.
“Usamos a reação química do tanino com a proteína do couro para proteger as proteínas do látex. Essas proteínas permanecem com uma capa de tanino vegetal e não desenvolvem mais reações alérgicas”, disse o professor.
Testes
Testes feitos em Londres comprovaram que a resistência do látex não se perdeu no novo processo. Novas comprovações estão sendo realizadas em laboratórios do Brasil e de outros países, como nos Estados Unidos. Embora ainda não haja previsão de prazo para a adoção do método e seu uso pelo conjunto da sociedade, há expectativa de que isso ocorra. Assim, os materiais que venham a ser produzidos por meio do processo poderão ter maior resistência, o que é particularmente importante no caso das camisinhas, por exemplo, pois ampliará sua eficácia.
Em 1997, a Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) estimou que 8% da população em geral têm alergia ao látex. O número é bem maior, quando observados grupos que convivem cotidianamente com o material. Nesses grupos, estão incluídos pacientes com Spina bífida, que requerem múltiplas cirurgias e frequente cateterização vesical e os profissionais de saúde, como médicos, dentistas e enfermeiros. Neste caso, o percentual de incidência do problema chega a 20%.
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