81 milhões de reais foram investidos na construção de Av. Perimetral
Com promessa de desenvolvimento, obra requer a desapropriação de imóveis na região Cotidiano | Por F5 News 02/08/2022 12h49A partir de 2024, a população aracajuana irá contar com mais uma grande avenida. Com 7 km de extensão e R$ 81 milhões a serem investidos, a avenida Perimetral Oeste irá ligar a capital sergipana, a partir do bairro Bugio, ao bairro Lamarão, na divisa com o município de Nossa Senhora do Socorro.
A ordem de serviço para implantação da obra, cuja previsão de entrega é de 450 dias, foi assinada na manhã desta terça-feira (2).
De acordo com o prefeito Edvaldo Nogueira, a avenida faz parte do projeto “Aracaju Cidade do Futuro”, por meio do qual a gestão municipal pretende executar um conjunto de obras estruturantes em mais de 20 comunidades da cidade.
“É um sonho que eu deixei planejado quando saí da prefeitura, em 2015, e que agora tenho a alegria de poder concretizar”, disse Edvaldo durante o ato de assinatura da ordem de serviço.
Segundo o prefeito, há expectativa de que a Perimetral promova mudanças sociais, econômicas, de mobilidade urbana e de sustentabilidade na região. É esperado que a avenida contribua para diminuir a quantidade de ocupações inadequadas no local, especialmente nas áreas de proteção ambiental.
Além disso, com a construção, a prefeitura também espera proporcionar um maior desenvolvimento econômico nos entornos da via, a partir do crescimento do comércio local.
A nova avenida será paralela à Euclides Figueiredo, ponto de congestionamento constante no trânsito de veículos. Nesse sentido, há expectativa também de promover melhorias na mobilidade urbana de toda a zona norte de Aracaju. “Hoje a Euclides Figueiredo tem um trânsito intenso, com muito engarrafamento. Com essa construção da Perimetral, nós vamos melhorar muito”, afirmou Edvaldo.
A Perimetral irá contar com uma rótula na região do loteamento Jardim Bahia, no bairro Soledade, e com uma ponte que vai ligar o loteamento ao bairro Bugio, além de mais quatro etapas que totalizam 7 km entre a divisa de Aracaju e Socorro, conforme detalhou o secretário municipal de Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Antônio Sérgio Ferrari Vargas.
Ainda segundo o secretário, toda a extensão da avenida contará com ciclovias e mecanismos de acessibilidade para pessoas com deficiência (PCDs).
Entretanto, uma questão que surge a partir do início da obra é a necessidade de desapropriação de imóveis na região. São cerca de 300 famílias que serão obrigadas a deixar suas casas.
Antônio Ferrari informou que, para resolver essa questão, a Prefeitura irá indenizar as pessoas cujas residências tenham um valor superior a R$ 100 mil.
Ainda segundo ele, para as famílias que residem em casas com valor inferior a esse, está sendo construído um conjunto habitacional no bairro Lamarão, que irá contar com 550 unidades habitacionais destinadas à realocação dessas pessoas.
Enquanto esse conjunto não está pronto, elas estão sendo realocadas a partir do programa de aluguel social da Prefeitura de Aracaju.
Nesse sentido, Simone Santana Passos, secretária da Assistência Social, explica como vai se dar o processo. Segundo ela, o trabalho social já foi iniciado antes mesmo da obra, a partir do levantamento de quais famílias serão atingidas e deverão ser reassentadas ou indenizadas.
De acordo com a secretária, aproximadamente 44 famílias já aceitaram deixar o local. Contudo, alguns vêm relutando. “É um projeto de todo um impacto social dessas famílias, porque a gente acaba tirando essas famílias da comunidade onde elas vivem, e são famílias que vivem por muitos anos aqui. Então, a gente precisa garantir toda a estrutura social dessa família”, afirma.
Simone Passos informou ainda que, para garantir que essas pessoas não voltem a ocupar a região durante o andamento da obra, será realizado um monitoramento diário, por meio de drone, em conjunto com a Defesa Civil e a Guarda Municipal.
“À proporção em que alguma família queira construir um barraco no local por onde vai passar a Perimetral, vamos fazer esse trabalho de conscientização e de conversa com essa família, e a parte social também, porque, se ela vem trazer esse barraco para cá, é porque ela não tem onde morar, então precisamos dar esse apoio”, diz a secretária.