Essa semana deve ser concluído o inquérito que investiga a morte da transexual Laysa Fortuna, de 26 anos, assassinada com golpe de faca na noite de quinta-feira (18) no Centro de Aracaju (SE). Segundo dados da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (Adhons), no estado já foram registrados este ano quatro homicídios tendo LGBTTs como vítimas.

Acusado pela morte de Laysa nega que tenha esfaqueado transexual

O acusado identificado como Alex Silva Cardoso, 33, prestou depoimento à polícia no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) e negou ter esfaqueado Laysa. De acordo com o suspeito, ele teria sido agredido fisicamente pelas transexuais que trabalham na região.

“No primeiro depoimento Alex fala que houve a briga e que ele foi agredido pelas transexuais, mas ele nega que tenha esfaqueado Laysa. Já no depoimento das testemunhas essa agressão por parte das trans não houve, mas sim a agressão fatal contra a vítima”, disse a delegada responsável pelo caso, Meire Mansuet. O acusado será ouvido em segundo interrogatório na tarde de hoje.

De acordo com a delegada, Alex é morador de rua e costuma dormir na calçada de uma agência bancária na Avenida Barão de Maruim, nas proximidades do local onde transexuais se reunem. Ela diz ainda que Alex tinha o hábito de circular pela região, insultando as transexuais e que as ofensas e discursos de ódio deram origem ao desentendimento que terminou com a morte de Laysa.

A jovem morreu no Hospital de Urgências de Sergipe, depois de ter sofrido complicações em decorrência da agressão. Alex foi preso na manhã do dia seguinte e faz hoje exame de corpo e delito para ser encaminhado a um presídio determinado pela Justiça.

“Ele vai responder por homicídio doloso por motivo fútil. O inquérito já está quase pronto, no máximo nesta quarta-feira será encaminhado ao Judiciário”, informou a delegada.

A polícia ainda não tem a comprovação sobre o estado de sanidade mental de Alex e investiga se o acusado possui transtornos mentais. “Recebemos informação de que ele tem passagem pelo Caps, estamos fazendo levantamento desse relatório de transtorno psiquiátrico. Mas ele não tem passagem pelo sistema prisional do estado”, completou Mansuet.