A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Aracaju (Apae) sofreu uma intervenção da Federação das Apaes de Sergipe após denúncias de supostas irregularidades na administração. 

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As informações foram divulgadas no telejornal SE TV 2ª Edição, da Rede Globo, desta quarta-feira (13). Segundo a reportagem, a Federação agiu após receber diversas denúncias de falta de pagamento dos servidores da instituição. 

Dos 64 funcionários, somente quatro estão com o salário em dia. Tem colaborador que não recebe o pagamento há cerca de um ano. 

A Federação das Apaes afastou oito pessoas da instituição, incluindo a gestora Gilda Amâncio, que assumiu a presidência em 2020. De acordo com a presidente da Federação, Monica Carmélia, em entrevista ao telejornal, a partir da próxima semana já será possível ter um panorama do montante de receita, despesa e déficit da instituição, para começar a entender o que pode ter ocorrido. 

“Nós, enquanto Federação Estadual, estivemos na instituição para uma reunião prévia com os colaboradores. Existem relatos de atrasos de salário. Teve a questão da pandemia e tudo, mas precisamos averiguar esses atrasos tão grandes. É muito prematuro fazer um juízo de valor agora. Não queremos condenar ninguém. A finalidade da intervenção é para garantir a assistência”, disse Mônica à TV Sergipe. 

Problemas financeiros 

No dia 08 de março, em conversa com o F5News, o diretor financeiro da Apae, Juliano Lopes, revelou que a instituição enfrentava problemas financeiros e que foram agravados pela pandemia da covid-19. Conforme dito pelo diretor em entrevista ao portal, faltava dinheiro para os fornecedores e para uma série de outros encargos trabalhistas, que estavam atrasados. A instituição solicitava ajuda da sociedade, com doações.

A APAE assiste 411 famílias de pessoas com deficiência de Aracaju e demais municípios sergipanos. A instituição recebe um auxílio da Prefeitura Municipal de Aracaju no total de R$ 140 mil por mês, fruto de um convênio celebrado em 2017, como uma contribuição do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, se mantém a partir de doações por parte da sociedade em geral e parceiros. Segundo colaboradores do setor financeiro da instituição, que não foram identificados na reportagem da TV Sergipe, essas doações caíram cerca de 70% no ano de 2022, comparado com 2021. 

Ainda na reportagem da TV Sergipe, a presidente do Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional do Estado de Sergipe (Senalba), Maria de Fátima Santos Andrade, ressaltou que os atrasos de pagamentos dos salários têm sido uma constante na Apae, e que espera que isso seja regularizado. 

“Esperamos que os trabalhadores voltem a receber os salários em dia e não atrase mais. É muito importante para o trabalho social dessa instituição”, disse.