Aracajuanos participam de corrida em memória às vítimas de trânsito | F5 News - Sergipe Atualizado

Aracajuanos participam de corrida em memória às vítimas de trânsito
SMTT já registrou mais de 2000 ocorrências em Aracaju este ano
Cotidiano 08/11/2015 11h08


Por Will Rodrigues

O trânsito é responsável por quase metade das mortes violentas em Sergipe. O estado ocupa o primeiro lugar no ranking nacional de acidentes com motociclistas. A imprudência de condutores e pedestres pode deixar graves sequelas. E para lembrar às vítimas do trânsito, centenas de aracajuanos foram às ruas neste domingo (8) para participar da segunda edição da corrida Trânsito Vivo. Os corredores percorreram quatro quilômetros pelas ruas do conjunto Bugio, na zona Norte da capital sergipana.

Em 2014, os acidentes que ocorreram em Aracaju envolveram quase 11 mil veículos, cerca de 1.300 pessoas e causaram 77 mortes. No primeiro semestre de 2015, os acidentes envolveram quase cinco mil veículos, cerca de 1.800 pessoas e mataram 36. Os números, segundo a Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT), representam uma dedução de 27,2%.

Para o superintendente de trânsito da capital, Nelson Felipe, a queda é resultado da implantação do sistema de fiscalização eletrônica que, em um mês de funcionamento na capital, emitiu cerca de 1.500 autos de infrações.  “É um número infinitamente menor do que qualquer outro já apresentado na SMTT. Ao contrário do que se falava antigamente da implantação desses radares, que era uma máquina de fazer dinheiro da prefeitura, é uma máquina de salvar vidas. A estatística é prova disso”, afirmou em entrevista recente ao F5 News.

Se você é de Sergipe, certamente deve se lembrar da baterista Evelyn Leite, 20 anos, vítima de um brutal acidente de trânsito em dezembro de 2013 na rodovia José Sarney, zona de expansão de Aracaju, provocado por um motorista embriagado que transitava pela contramão e também de Sanmuel Notre Dame, 25 anos, que morreu em uma colisão entre um carro de passeio e um utilitário esportivo, também na rodovia José Sarney, em junho de 2013. Assim, como eles, todos os anos, 50 mil pessoas têm a vida ceifada pela irresponsabilidade no trânsito, no Brasil.

Para quem perdeu um parente, falta educação e consciência. “É preciso levar essa discussão para dentro das escolas, se nós quisermos evitar que tragédias como a que aconteceu com o meu filho se repitam daqui a dez ou quinze anos”, aponta Manoel Batista, pai de Sanmuel.

E os dados comprovam que o sergipano é sim ainda bastante negligente quando está ao volante. Nos dois últimos feriados prolongados, Finados e Dia das Crianças, ultrapassagem indevida, falta de uso de segurança e embriaguez ao volante foram as infrações mais registradas pelas polícias de trânsito nas estradas que cortam o estado.

“É inaceitável o nível de mortes e feridos nas estradas. O que o Brasil hoje deve estar atento é que, sendo o país mais mata no mundo em relação ao acidente de trânsito, tem que ter uma atitude constante para isso. Temos que criar uma força-tarefa, em um programa de governo, como foi feito na França, para que tenhamos um modelo de atenção sistêmica”, sugere José Mauro Braz de Lima, representante da Cruz Vermelha Brasileira.

O Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), em Aracaju, recebe uma vítima de acidente com moto a cada hora todos os dias. A recuperação de cada acidentado custa, em média, R$ 120 mil aos cofres públicos do Estado. E se o paciente se torna inapto para o trabalho, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vai para a Previdência Social custando em torno de R$ 900 mil. “A maior perda é a vida, o que aquele jovem deixou de contribuir para a sociedade com o seu trabalho. Cada vez mais jovens têm sofrido acidente desse tipo. O Estado não pode ficar alheio a essa situação”, acrescenta o secretário de Estado da Saúde, Zezinho Sobral.

De acordo com estatística do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Sergipe tinha uma frota de 652.330 veículos em setembro de 2015. O seguro Dpvat pagou 210 indenizações para famílias sergipanas de janeiro a junho de 2015, já no mesmo período do ano passado o número chegou a 310, o que representa uma queda de 32,26%. Ainda assim, respeito e responsabilidade nunca são demais.

Foto principal: Divulgação SMTT

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