O coração de uma pessoa saudável pode chegar entre 50 bpm a 100 bpm (batimentos por minuto), mas algumas anormalidades podem alterar o ritmo cardíaco, alerta a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).

Neste caso, existem dois tipos de arritmia, a taquicardia, que faz com que o coração bata de forma acelerada, e a bradicardia, quando está mais lenta do que o comum ou quando as batidas oscilam entre vários ritmos, segundo a Sobrac.

A doença, que é considerada um distúrbio no ritmo do coração, ainda conforme a entidade, atinge cerca 20 milhões de brasileiros e é responsável por cerca de 320 mil mortes súbitas por ano no país. A Sociedade é criadora da campanha de conscientização “Coração na Batida Certa”.

Em Sergipe, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES), houve um aumento das ocorrências entre os anos de 2021 e 2022, foram 46 e 67 casos, respectivamente. Já nos primeiros seis meses de 2023, os hospitais da rede estadual atenderam 29 pessoas com sintomas de arritmia. 
 

Em entrevista ao F5 News, o cardiologista Martins Dionizio afirma que são vários os fatores que ocasionam esta condição.

“A arritmia é uma doença que pode ser provocada por doenças congênitas. Crianças podem ter na época do nascimento doenças cardíacas estruturais, que não foram tratadas, e podem desenvolver arritmia. No adulto, a hipertensão, doenças do músculo cardíaco - miocárdio, hipertrófica, displasia arritmogênica do ventrículo direito - diabetes e estilos de vida, como uma vida estressada e sedentária podem causar o surgimento da doença”, explicou ao portal.

Segundo o médico, assim como existem agravantes para outras doenças, em relação à arritmia também existem situações que servem para ligar o sinal de alerta, como desmaios inexplicáveis e morte súbita abortada - quando o paciente dá entrada na emergência com parada cardíaca, mas ainda é possível reverter a situação. 

“Estas são as duas principais situações em que é preciso ter um sinal de alerta para fazer uma intervenção rápida. Então, é necessário fazer algum tipo de tratamento, na maioria das vezes é o implante de cardioversor desfibrilador implantável (CDI) ou um marca-passo cardíaco, dependendo do tipo de arritmia. Dor no peito, falta de ar e batidas descompassadas do coração também são considerados sinais de alerta para as pessoas”, disse ao F5 News.

Para tratar a doença é necessário que o paciente procure o médico responsável pelo caso, mas Martins afirma que há formas simples que podem ajudar na cura.

“Os tratamentos de arritmia vão desde a mudança no estilo de vida, ou seja, atividades físicas, cessar o uso do tabaco, redução de produtos que causam arritmias - energético, excesso de cafeína -, vida estressante, aumento do peso corporal, tudo isso são coisas que aumentam a chance de arritmia”, esclarece o cardiologista. 

“Então, se mudar os hábitos, as arritmias vão melhorar também. Quando parte do ponto de doença, é preciso controlar comorbidades, hipertensão, diabetes, colesterol. E quando já se tem o diagnóstico da arritmia, dependendo do tipo, é possível usar medicação ou até mesmo precisar de um CDI [cardioversor desfibrilador implantável], porque vai depender do tipo e da quantidade de arritmia”, complementa.