Em contrapartida às redes sociais de modo geral, usualmente expondo vidas perfeitas e que nem sempre condizem com a realidade, surge o BeReal (Seja Real, em português), cuja ideia é mostrar a autenticidade dos seus usuários, quem são "de verdade”. 

BeReal/ Reprodução

O aplicativo foi criado em 2020 na França e permite a publicação apenas de fotos em tempo real. Nos Estados Unidos, já entrou na lista dos mais baixados e no Brasil vem conquistando um público jovem.  

A rede social, que é tendência para a geração Z, concentra imagens espontâneas e sem filtros. Conforme dados da plataforma Appropria, o BeReal vem aumentando o número de usuários mensais ativos, 315% a mais somente neste ano, como mostra a análise de desempenho de aplicativos. 

Assim como sugere o nome, a rede social incentiva fotos que sejam realistas e sem efeitos, por isso, alguns pontos são totalmente diferentes de outras redes. São disponibilizados dois minutos para tirar uma foto com as duas câmeras do aparelho celular - a frontal e a traseira - de forma simultânea. Se a pessoa fizer várias tentativas ao tirar a foto, buscando a melhor posição, o aplicativo irá direcionar o usuário para outros contatos na rede social. Outro ponto é que não é possível aplicar filtros, nem postar quando quiser, como no Instagram, por exemplo. 

Aceitação

Em Sergipe, a adesão à rede social está acontecendo de forma lenta e abarcando um público jovem. A popularidade do BeReal se deve à quebra da busca incansável por fotos perfeitas, e pessoas podem mostrar imagens menos glamurizadas e realistas do seu cotidiano.  

Larissa Moura, estudante de 20 anos, afirma que não é fã de redes sociais, mas que o BeReal chamou a atenção dela por essa particularidade e pela experiência única que viabiliza. 

“Achei a proposta do aplicativo bem legal, principalmente porque é para um público mais recluso e, no meu caso, só tenho os meus amigos e as pessoas mais próximas a mim, e eu vejo no aplicativo essa possibilidade de estar me conectando com meus amigos mais próximos”, disse ao F5 News. 

Ela conta ainda que, devido a esse formato do aplicativo, o público acaba sendo mais seleto, em sua maioria, jovens. “Acho ele pouco inclusivo, principalmente para as gerações mais velhas”, analisa Larissa Moura. 

Para Marcos Antonio Ferro, estudante de 22 anos, não é diferente. Ele afirma que não tem muito contato com redes sociais. Ainda que membro do Instagram, só fez três postagens desde quando criou sua conta, mas a funcionalidade singular do BeReal o cativou.  

“Estou gostando da experiência porque, primeiro eu adicionei as pessoas que são mais próximas a mim e seu diferencial é que ele manda notificações em alguma hora do dia e você tem até dois minutos para publicar. E quando eu posto lá, não fico preocupado se estou bonito ou se o que estou fazendo é interessante; eu só publico e vejo o que os meus amigos estão fazendo e acho que isso traz uma proximidade maior”, disse o estudante ao F5 News.  

Julia Costa, de 20 anos e também estudante, baixou o BeReal por influência de pessoas do trabalho. Ela está gostando do novo conceito que a rede social propõe, mas acredita que talvez o processo de popularização seja lento.

“Acho que não tem grandes chances, mas vai demorar para que o público aceite seu conceito e modo de uso. Por estarmos tão acostumados com redes de exposição em tempo integral, é difícil compreender o BeReal nesse sentido e aí está a crítica à própria rede social", disse Júlia ao portal.

A estudante torce pelo avanço da plataforma. "Seria muito bom se ela crescesse, o público migrasse mais para ela e até debatesse seu conceito de uma forma mais ampla”, avalia. .