Campanha chama atenção para assédio durante o carnaval | F5 News - Sergipe Atualizado

Campanha chama atenção para assédio durante o carnaval
Cotidiano 05/02/2016 17h12


Por Aline Aragão

Uma ideia criativa, um pensamento feminista e um grupo de mulheres decididas a conscientizar a população sobre uma prática que incomoda e muito nas festas de carnaval, o assédio. Assim surgiu a campanha “Meu corpo não é folia”, idealizada pala radialista Débora Andrade.

“Não é porque é Carnaval que tudo é permitido. Com o seu corpo, você faz o que você quiser. Já com o nosso, só perguntando pra saber. Dá pra paquerar, dá pra se divertir, dá pra pegar geral sim. Mas, com consentimento. Se não, é assédio.”

A campanha surgiu nas redes sociais e não demorou muito para viralizar. Débora destaca que contou com a colaboração de Isis Rocha e Gabi Cardoso na criação das peças e que não esperava tamanha repercussão. “Claro que o objetivo era alcançar o maior número de pessoas, mas não esperava que fosse tão rápido. Agora é torcer para que isso chegue às ruas”, comemora.

A princípio foram criadas quatro peças publicitárias com frases de efeito, veja a baixo:

Além de assédio, é invasivo e totalmente constrangedor. Pegar alguém sem consentimento não é sinal de que se tem pegada. Só de que você, além de imbecil, não entende nada do jogo da sedução. #MeuCorpoNãoÉFolia / Para denúncias, ligue 180.

Se a sua for de abusador, pior ainda! #MeuCorpoNãoÉFolia

Para denúncias, ligue 180.

Babaca é aquela fantasia de Carnaval onde a pessoa se traveste de assediador. Meu corpo, minha festa, minhas regras. Tá bem? Então tá bem.
Use o seu approach. Seja gentil. Use a sua criatividade. Para conquistar, não precisa abusar. #MeuCorpoNãoÉFolia
Fiquei com um, com dois, com três, com mil. Isso me obriga a ficar com você? Não. 
Tá entendido, ou quer que desenhe? #MeuCorpoNãoÉFolia

Para Débora, embora a sociedade tenha evoluído, o pensamento continua machista, e casos de abuso e assédio estão presentes na rotina de várias pessoas, homens e mulheres. “No carnaval parece que tudo piora, e as mulheres são as que mais sofrem com essa atitude grosseira e machista”, diz.

Outras campanhas

E esse clima de vale tudo no carnaval motivou até a criação de um guia didático com as diferenças entre "paquerar" e "assediar". A ação faz parte da campanha #CarnavalSemAssédio, da revista AzMina.

A diretora-executiva da Revista AzMina, Nana Queiroz, explica que a campanha é um grito por mudança e tem várias frentes, desde a conscientização virtual até ações no mundo real. “A campanha é uma parceria entre várias mulheres incríveis de vários grupos e coletivos que cansaram de ter que passar raiva e medo durante o Carnaval e decidiram agir. Nós não queremos mais dançar olhando pros lados para ver se alguém vai pegar na nossa bunda sem permissão”, desabafa.

O guia divulgado nas redes sociais mostra que ações como uma "cantada", uma piadinha machista ou uma puxada no cabelo são todas assediosas.

Assédio é crime

Como já deu pra perceber, nem só de confetes e alegria se faz o carnaval. Beliscões, puxões de cabelo, beijos forçados e outras abordagens violentas costumam ser frequentes na festa. E tudo acontece com a maior naturalidade, aos olhos de todos, no meio da folia. Mas apesar dessa aparente ‘normalidade’, tais atos configuram contravenções e até mesmo crimes.

Importunação Ofensiva ao Pudor  Artigo 61 da Lei das Contravenções Penais

Beijo forçado, puxar pelo braço, tocar no corpo, cercar uma mulher  / Pena: multa estabelecida pelo juiz ou serviço comunitário

Estupro Artigo 213 do Código Penal 

Beijo forçado, mão dentro da roupa / Pena: até 10 anos de reclusão

Lesão Corporal Artigo 129 do Código Penal

Beliscões, apertos e outras agressões que deixem marca /Pena: a depender do tipo de lesão pode chegar a 3 anos de reclusão

Denúncia

Denúncias devem ser feitas através do número 181

Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (Dagv)​
Endereço: Rua Itabaiana, 158 - Centro, Aracaju - SE, 49010-170
Telefone:(79) 3205-9400

Nos finais de semana e feriados a Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (Dagv) em Aracaju, fica fechada, e às vitimas devem procurar a Delegacia Plantonista (Deplan), para que a ocorrência seja registrada e sejam tomadas as primeiras providências. 

 

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