Câncer infantil: diagnóstico precoce é decisivo para as chances de cura
O pequeno Théo, com apenas 3 anos de idade, saiu vitorioso de uma luta árdua Cotidiano | Por F5 News 15/02/2023 19h46 - Atualizado em 16/02/2023 19h44A data de 15 de fevereiro marca o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil. A doença não é comum, mas esse fato não reduz os impactos que causa sobre os pequenos e suas famílias. Quando manchinhas surgiram na perna do pequeno Théo, que tinha apenas 2 anos de idade, a mãe dele, Ana Clécia, nem imaginava que esse sintoma, aparentemente inofensivo, indicava um câncer no fígado.
O câncer infantojuvenil ainda é raro, quando comparado a outras faixas etárias, segundo um levantamento feito pela Global Cancer Observatory, uma plataforma da Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos que ocorrem até os 19 anos de representam cerca de 2% da incidência mundial em todas as faixas etárias. Théo fez parte dessa estatística.
O diagnóstico chocou a família, que não esperava a doença em alguém com tão pouca idade. “Foi um susto muito grande para a gente que é mãe, que é pai, receber uma notícia dessas de um filho, não é fácil. No dia do diagnóstico o mundo desabou, a gente achou que tudo tinha acabado, que não tínhamos chance alguma de vida”, disse a mãe em entrevista ao F5 News.Para enfrentar essa batalha, Ana Clécia e toda a família contaram com a ajuda do Grupo de Apoio à Criança com Câncer de Sergipe (GACC), que contribuiu desde o tratamento até o apoio assistencial.“O Gacc de Sergipe nos acolheu com todo amor e carinho do mundo, nos dando todo o apoio. Recebemos acolhimento, exames, remédios, consultas, cestas básicas, enfim tudo que precisávamos”, relatou.
Théo, que mora no interior da Bahia com a família, realizou o tratamento em Aracaju, diante da proximidade da capital sergipana com o interior do estado vizinho. “Não é fácil para a gente que vem de outro estado e ser tão bem acolhida, mas nós fomos”, disse ainda Ana Clécia.
Apesar de ser pequeno, Théo se mostrou gigante durante todo o tratamento, até mesmo quando foi preciso viajar a mais um estado para a continuidade do tratamento. "Nós iniciamos várias sessões de quimioterapia, precisamos até viajar para São Paulo para fazer cirurgia. Com 30 dias voltamos para Aracaju para terminar o tratamento”, detalhou a mãe.
Quando voltaram da viagem, Théo, que hoje tem 3 anos de idade, estava curado, a última quimioterapia foi feita no dia 14 de janeiro e, desde então, o pequeno está livre do sofrimento.
Gacc
A cura se deu, principalmente, pelo diagnóstico precoce da doença. O gerente de Relações Institucionais do Gacc, Fred Gomes, afirma que a família deve ficar atenta aos sintomas. ““Dor de cabeça constante, vômitos, perda de peso, abdômen inchado. Não que seja um câncer, mas todos esses sintomas abrem um alerta para o profissional, então que ele já trabalhe uma linha para que essa criança seja levada ao setor de tratamento oncológico de imediato, porque, se constatando que é um câncer, essa criança ou adolescente já entra de imediato no tratamento para combater a doença.”, explicou em entrevista ao F5 News.
“Quando o profissional não trabalha essa linha e leva-se tempo para que ele chegue ao setor de tratamento, chega em um estado muito avançado, fica muito difícil para que a equipe reverta o quadro. Quando o câncer é diagnosticado cedo existe entre 70 e 80% de chance de cura.”, completou.
Os dados informados por Fred Gomes são do o Instituto Nacional do Câncer (INCA), segundo o qual aproximadamente 80% das crianças e adolescentes diagnosticadas com a doença podem ser curadas, quando a descoberta ocorre ainda no começo e o tratamento é feito em centros especializados.