A Polícia matou dez e prendeu três alvos da Operação Rubicão, deflagrada contra uma organização criminosa acusada pelo homicídio do capitão Manoel Oliveira, ex-comandante do Pelotão da Caatinga de Sergipe. O balanço final da operação foi apresentado pela cúpula da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) nesta quarta-feira (23). O grupo é responsável por crimes de pistolagem, roubos a banco e tráfico de drogas em Sergipe e estados vizinhos.

Capitão Oliveira: dez acusados pelo homicídio mortos e três presos

De acordo com as investigações, o atentado contra o oficial da Polícia Militar foi planejado como vingança devido ao trabalho de repressão que vinha sendo realizado pelo Capitão Oliveira. Em 2017, durante ações da Caatinga, ele alvejou dois homens acusados de crime de pistolagem. Dentre esses suspeitos está o homem identificado como Wilson, ex-companheiro de Izaiane Maiara, presa durante a operação.

Em Sergipe, no dia 9 passado, morreram em confronto no município de Poço Redondo pelo Ciopac os irmãos Osmar de Lima Nunes, vulgo "Nenê filho do finado Lima", 23 anos; e Lucas de Lima Nunes, 22 anos. Eles são acusados de dar suporte a quatro homens que executaram o capitão Manoel Oliveira.

Na época, os investigadores decidiram não confirmar as informações por conta do avanço dos trabalhos no inquérito policial. Lucas e Osmar são acusados também de darem suporte logístico depois da execução do oficial da PM, incendiando o veículo modelo Corolla a fim de despistar a polícia e facilitar a fuga dos executores.

No dia 18 de maio, a Polícia deflagrou a Operação Rubicão, quando José Cláudio Teles Ferreira, conhecido como "Cláudio de Tonho de Hercílio", 31; e Aldair Santos Hora, 20, naturais de Pedro Alexandre/BA morreram em confronto em Poço Redondo. No mesmo dia, em Aracaju, reagiram à ação policial Edu dos Santos Oliveira, 28;  e Antônio Braz dos Santos Neto, 46, ex-policial militar expulso da corporação no ano de 2003 e acusado de envolvimento no assassinato do então deputado estadual Joaldo Barbosa.

No estado da Bahia, o líder da organização criminosa, identificado como Jackson dos Santos, 29 anos, natural da cidade de Pedro Alexandre/BA, foi morto na cidade de Barreiras/BA. O pai dele, identificado como José da Silva, vulgo "Zé de Mané Doidão", também foi morto em confronto com a Polícia.

Nas cidades de Cristópolis e Paulo Afonso, respectivamente, reagiram à ação da polícia Ernane da Mota Pereira, vulgo "Alemão", 29 anos, residente de Cristópolis/BA, e Renan Oliveira Santos, vulgo "Cavalo do Cão", 26 anos, natural de Pedro Alexandre/BA.

A Polícia efetuou também a prisão de três suspeitos identificados como Izaiane Maiara Menezes Neto, 32, esposa de Jackson; o empresário Marcones Silva Lima, 33, acusado dar suporte para fuga de Jackson e o pai, "Zé de Mané Doidão"; outro suspeito preso durante as investigações foi Jasson Souza de Jesus, vulgo "Vaqueiro de João Alves", 23 anos.

Em depoimento ao delegado Hugo Leonardo, do Cope, Marcones afirmou que após o crime, Jackson e o pai fugiram para a região oeste da Bahia assustados com a repercussão da ação criminosa. Ainda segundo o depoimento, Marcones detalha que "Zé de Mané Doidão", cujo histórico de pistolagem é longo na região de Pedro Alexandre, estaria preocupado com as proporções que o crime cometido pelo filho poderia tomar, afirmando que foi "uma besteira um milhão de vezes maior do que eu já fiz a vida inteira".

Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) conseguiram reconstituir a dinâmica da ação criminosa até o momento em que o carro foi incendiado. Foram identificados ao menos três tipos de armas utilizadas na ação criminosa - calibres 12, 18 e ponto 40. A perícia também identificou a distância da qual teve início a ação criminosa - cerca de 43 metros do veículo da vítima - e também direções de onde partiram os disparos.