Cirurgias eletivas do Cirurgia são suspensas por falta de anestesistas
Categoria cobra pagamento e hospital alega dívidas da PMA Cotidiano 11/11/2015 11h00Por Fernanda Araujo
As cirurgias eletivas do Hospital de Cirurgia foram suspensas pela segunda vez este ano. Pelo mesmo motivo do mês de agosto, os anestesiologistas cruzaram os braços nesta quarta-feira (11) em razão da falta de repasse à Cooperativa dos Anestesiologistas de Sergipe (Coopaneste-SE), que presta serviço ao hospital.
Estão suspensas temporariamente as cirurgias eletivas pré-agendadas, segundo a categoria, em decorrência do não cumprimento contratual das horas trabalhadas e da produção por parte do hospital. Por conta da paralisação, a Fundação Hospital Cirurgia comunica que também estão suspensos os internamentos de caráter eletivo “por estarmos com estoque de materiais e medicamentos abaixo do nível crítico. Os atendimentos serão prontamente estabelecidos tão logo consigamos corrigir as impropriedades”, diz a nota.
Em entrevista à Rede Ilha, o presidente da cooperativa, Cárcio Sobral Porto, afirmou que esses atrasos de pagamento são recorrentes. “Ou seja, quando chega próximo ao dia 10 de cada mês o hospital na gestão do senhor Gilberto não honra os compromissos de pagamento aos profissionais da anestesia. Já fomos ao Ministério Público, também está ciente o Conselho Regional de Medicina”, afirma.
Apesar do não recebimento, Cárcio Porto alega que profissionais anestesistas estão de plantão 24 horas à disposição do hospital para atender os casos de emergência/urgência. “Os anestesiologistas não suspenderam as atividades por completo”, assegura.
Já a direção do Cirurgia responsabiliza o Município de Aracaju por não repassar ao hospital os pagamentos de serviços prestados vencidos. Desses serviços, a prefeitura deve em torno de R$ 13,5 milhões, segundo o diretor presidente Gilberto dos Santos. “Fora isso, temos no mínimo mais o mês de outubro que gira em torno de 5 milhões e meio a 6 milhões de reais, vamos supor R$ 19 milhões. O Cirurgia não tem condições de manter essa prestação, não tendo recebimento para poder honrar o compromisso”, relata o diretor.
Segundo o médico Gilberto Santos, um trabalho foi realizado junto ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nos últimos 90 dias, para equacionar essas dívidas. “Nós somos um prestador de serviço, pessoa jurídica. Aquele que presta o serviço deve receber pelo serviço prestado. Hoje temos a receber por serviços prestados vencidos, não falo dos que ainda não estão vencidos”, diz.
Em nota, a SMS informa que, até o momento, não recebeu qualquer notificação oficial do Hospital Cirurgia acerca da suspensão das cirurgias ou sobre outro tipo de procedimento contratado pelo Município. Apenas tomou conhecimento através da imprensa. A assessoria resume que a secretaria se manifestará sobre o assunto quando comunicada oficialmente.
Foto: arquivo F5 News
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