Com apenas um hospital, aracajuanos sofrem para conseguir atendimentos | F5 News - Sergipe Atualizado

Crise na Saúde
Com apenas um hospital, aracajuanos sofrem para conseguir atendimentos
SMS não sabe quando vai reabrir o Fernando Franco e Nestor Piva lota com demanda reprimida
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 16/01/2019 13h16 - Atualizado em 18/01/2019 12h55


Os atendimentos no Hospital Municipal Nestor Piva, na zona norte de Aracaju (SE), começaram a ser normalizados com a desinterdição total da UPA, mas a alta demanda reprimida tem afetado a agilidade no atendimento e lotado a unidade, segundo os pacientes. Quem procurou o local se sentiu lesado pela demora.

Em busca de médico ortopedista, o autônomo José Henrique Silva Oliveira chegou ao Nestor Piva com fortes dores no joelho. A reportagem esteve às 9h desta quarta-feira (16) no hospital e, segundo ele, desde as 7h50 da manhã ainda não havia sido chamado.

“Desde sexta passada procuro atendimento em outras unidades, cheguei a tomar medicamento e não resolveu. Vim para cá hoje, fiz a ficha e estou aqui esperando. Fui perguntar por que da demora, não informam, e outras pessoas passam na frente porque é prioridade. A saúde no Brasil é só para quem tem dinheiro, quem não tem passa por isso”, criticou ele que, assim que respondeu à entrevista, foi chamado às 9h10.

Por mês, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, o Nestor Piva normalmente atende uma média de 400 pacientes por dia, 12 mil no mês, aos finais de semana esse número é maior devido à procura. Somente nas últimas 12 horas, 172 atendimentos foram realizados, entre clínica médica, cirúrgica e ortopédica. De ontem até o meio dia de hoje, já somam cerca de 500.

Depois da saída de médicos contratados via RPA, a unidade Fernando Franco, na zona sul, que ainda está em obras para receber servidores que devem ser remanejados do Nestor Piva, continua sob interdição ética do Conselho Regional de Medicina,

que considerou a falta da escala completa de médicos. Enquanto isso, pacientes moradores da região que deveriam ser atendidos na unidade precisam se deslocar para o Nestor Piva.

Foi o caso do cabeleireiro Ítalo Gabriel, morador do conjunto Augusto Franco, que esteve na unidade em busca de atendimento com clínico geral. “Já viemos do Fernando Franco, desde a semana passada disse que não tem médico, só pediatra. Está demorando muito, estou aqui desde as 7h40, agoniado, com dores nas costas, pescoço, dor de cabeça, febre. Sem conseguir trabalhar. Já fiz a ficha e estou esperando”, disse.

No Fernando Franco

Completamente vazia e salas em obras. Foi a situação encontrada pela reportagem na manhã de hoje. Segundo a gerente do Fernando Franco, Josineide Oliveira, ainda não existe previsão de quando as escalas completas serão enviadas ao Conselho. Apesar de haver quadro de cirurgião, pediatra e clínico hoje na unidade, o atendimento está restrito apenas a casos de urgência.

“Ontem teve atendimento, mas hoje até o momento não tivemos. As escalas estão sendo confeccionadas pela coordenação pediátrica e clinica, mas não temos previsão de reabertura. A gente tem um quadro de médico completo de pediatra de segunda a sexta, mas não podemos abrir o plantão porque não temos continuidade do serviço no final de semana”, informou.

Enquanto isso, a funcionária de creche Rosália Gonçalves de Oliveira, que foi picada por um escorpião na manhã de hoje, chegou a procurar o Fernando Franco, mas saiu sem atendimento. “Disseram aqui que tenho que ir ao Nestor Piva, não consegui a medicação”, disse ela, que é moradora do bairro Santa Maria.

Em 15 dias, em média, 4.500 atendimentos deixaram de ser realizados no Fernando Franco. O cálculo foi feito com base na média de atendimentos realizados por dia na unidade, conforme informado pela Secretaria de Saúde. No entanto, este número é variável já que a demanda na UPA é espontânea e depende da procura. Por dia, o Fernando Franco atende uma média  de 280 pacientes.

Em outros hospitais

No Hospital de Urgência de Sergipe o atendimento na Ala Azul começou a ser regularizado com o retorno dos serviços do Nestor Piva. Segundo o superintendente do Huse, Darcy Tavares, a procura de baixa complexidade reduziu e a média de atendimentos voltou à normalidade - cerca de 300 por dia. Ontem foram realizados 280, entre adultos e pediatria. No início do mês, durante a interdição, o hospital chegou ao número de 730 atendimentos, aumento de mais de 130%.

F5 News procurou a superintendência do Hospital Regional José Franco, em Nossa Senhora do Socorro, para saber como está o atendimento na unidade, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. Desde o início da paralisação dos hospitais municipais, a média diária de 230 atendimentos chegou a oscilar entre 270 e 300. Devido à alta demanda, a preferência foi dada aos casos mais graves.

Segundo a SMS, durante esta semana o Nestor Piva ficou lotado com a demanda do hospital de Socorro, que estava com os atendimentos restritos. Com isso, os pacientes do município se dirigiram para a unidade municipal, superlotando a capacidade que é normalmente recebida pela unidade.

Atualizado para acréscimo de informações

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