Com vacina, infecções do rotavírus diminuem 75% em crianças sergipanas
Médico destaca eficácia da imunização e importância da prevenção Cotidiano 16/07/2016 16h05Por Aline Aragão
Diarreia aguda, vômitos, febre e mal-estar. Em crianças com menos de um ano, estes sintomas podem indicar uma infecção pelo rotavírus. O Brasil foi o primeiro país no continente a inserir a vacina contra o rotavírus no calendário de imunização infantil. Em Sergipe, uma pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), revela que, desde 2006 – quando a vacina começou a ser aplicada – para cá, o número de casos de infecções atrelados ao vírus caiu consideravelmente na urgência pediátrica do Hospital Santa Isabel e do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). Apesar disso, a população deve manter os cuidados com a higiene e o Poder Público com a manutenção do saneamento básico.
Segundo o médico pediatra Ricardo Gurgel, coordenador da pesquisa, incentivada pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), há dez anos, o percentual de casos de diarreia que tinham ligação com o rotavírus era de 20%. Atualmente, essa porcentagem não ultrapassa a marca dos 5%. “A vacina diminuiu o número de casos, não só nas emergências, mas na prática pediátrica e no consultório, o que demonstra sua eficácia”, afirma.
O vírus é transmitido por via fecal-oral, pela água ou alimentos, objetos contaminados, por contato pessoal e, principalmente, por via respiratória, ou seja, da mesma forma que o vírus da gripe.
O estudo também ajudou a mapear os genótipos de rotavírus em circulação no estado. Segundo o médico, não é possível precisar o número de espécies, mas ele destaca que a situação mais preocupante foi superada, ainda que, a erradicação do rotavírus seja pouco provável. “A proposta da vacina não é erradicar [o vírus] até porque são micro-organismos que estão expostos nas mais diversas situações, contudo ela conseguiu diminuir a gravidade do episódio de diarreia, sobretudo porque a primeira infecção é sempre a mais grave”, explica Gurgel.
A empregada doméstica Jeane Cardoso é uma das moradoras do bairro Santa Maria, na zona Sul de Aracaju. Ela vive em um barraco sem água encanada e esgoto, com três filhas e o marido. Há três meses, sua filha Ana Carolina, de um ano, contraiu o rotavírus, por causa da água contaminada. "Não tinha água fervida em casa, a menina tinha sede e eu dava a água que vinha do cano comunitário. Só depois passei a ferver e armazenar numa garrafa térmica, quando recebi a orientação da médica, que fez o diagnóstico do rotavírus", conta.
A presença do rotavírus tem efeitos mais danosos em populações de baixa renda, mas o pesquisador salienta que crianças de qualquer faixa social estão expostas ao vírus por conta da facilidade de sua disseminação. “O que diferencia é a condição nutricional da criança, que determina se o organismo dela consegue se defender melhor”. Uma vez diagnosticado, a orientação é prevenir o quadro de desidratação. “O organismo da criança passa a não aceitar alimentação podendo fazer com que ela evacue até 15 vezes por fezes liquidas. Por isso, não pode deixar de oferecer alimento e deve manter a hidratação, ainda que por meio de soro caseiro”, orienta o médico.Medidas de prevenção
- Lave as mãos com água limpa e sabão. Também vale ter uma garrafinha de álcool em gel para as situações de emergência;
- Lave bem as mãos e os alimentos antes de manipulá-los;
- Utilize água filtrada ou fervida para preparar alimentos;
- Só consuma alimentos em lugares onde a procedência é segura;
- Lembre-se de higienizar latinhas de cerveja ou de refrigerante, afastando os riscos de contaminação pelo armazenamento inadequado;
- Limpe todas as superfícies com hipoclorito a 2%, pois o vírus persiste em superfícies inanimadas secas por até 7 dias;
- Esterilize mamadeiras e chupetas.
Foto 1 e 3: Fernanda Araujo/F5 News
Foto 2: Agência Sergipe
Foto 4: Silvio Oliveira/F5 News
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