Consultório móvel trata de tuberculose para pessoas em situação de rua
O tratamento inicia a partir da observação de sinais e sintomas, a exemplo de tosse Cotidiano 30/09/2023 18h30Em função da vulnerabilidade social da população que vive em situação de rua, as chances dessas pessoas contraírem doenças são elevadas. Diante disso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), monitora e disponibiliza tratamento de tuberculose detectada neste público. Todo o processo é viabilizado pelos profissionais do Consultório na Rua com o suporte das Unidades Básicas de Saúde Maria do Céu (Centro) e Ministro Costa Cavalcante (Jardim Esperança).
O fluxo de tratamento para tuberculose inicia a partir da observação de sinais e sintomas, a exemplo de tosse contínua há mais de duas semanas, febre ao cair da tarde, emagrecimento, suor no período da noite e cansaço. Evidenciados os sintomas, as pessoas em situação de rua passam pelas coletas de escarro no território onde geralmente se situam, e essa amostra é encaminhada para o Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) e os resultados são disponibilizados em aproximadamente uma semana.
No momento, cinco pessoas passam pelo tratamento da tuberculose junto à equipe do Consultório na Rua, como conta a coordenadora do serviço, Keila Costa.
“A partir do resultado, observamos se é detectável ou não e realizamos a busca ativa do usuário para dar retorno. Sendo detectável, iniciamos o tratamento, fazemos a notificação junto à vigilância epidemiológica e, posteriormente, é feita a avaliação do usuário com a solicitação de raio-x do tórax e outros exames complementares para verificar como está a situação pulmonar e orgânica. Com isso, efetuamos a dispensação do medicamento, cujo tratamento passa por duas fases”, explica Keila Costa.
O tratamento medicamentoso da tuberculose obedece o período de seis meses, sendo necessária uma dinâmica de monitoramento com vistas a evitar a descontinuidade do tratamento.
“Diante do contexto da rua, nós utilizamos algumas estratégias para a continuidade e efetivação do cuidado. Fracionamos a medicação a depender da autonomia do usuário, ou seja, podemos dispensar para uma semana ou para quinze dias, num envelope no qual especificamos as datas e orientamos o uso e a quantidade da medicação, bem como os possíveis efeitos no corpo e recomendações. Por fim, mensalmente realizamos o controle desses usuários através da pesagem e novamente as coletas de escarro para verificar como está a presença do bacilo”, relata Keila Costa.
A coordenadora explica ainda que o acompanhamento no cuidado ao usuário com tuberculose é multiprofissional, efetuado não somente por médicos ou enfermeiros, mas por todos os profissionais que compõem do Consultório na Rua, formada por uma equipe de 13 pessoas, a qual conta também com auxiliar e técnico de enfermagem, assistente social, psicólogo e redutor de danos.
Essa equipe também realiza o encaminhamento interestadual e intermunicipal, ou seja, quando uma pessoa em situação de rua referenciada em Aracaju se desloca para outra cidade ou estado, a equipe entra em contato com órgão competente para oferecer a continuidade do tratamento de tuberculose para assegurar o cuidado daquele indivíduo. Ainda no início desta semana foi feita uma transferência interestadual para Salvador/BA, e nos dois últimos meses tiveram duas altas por cura após conclusão do tratamento.
Fonte: SMS