As imagens de árvores cortadas na Orla de Atalaia, em Aracaju, viralizaram nas redes sociais na semana passada. Uma enxurrada de comentários críticos passou a associar a remoção à necessidade de instalação das ferragens que compõem a estrutura do Camarote Aju, no trecho da Avenida Santos Dumont, na Zona Sul da capital.

Segundo a prefeitura de Aracaju (PMA), as ações relacionadas a essas espécies são definidas a partir de um trabalho intersetorial baseado em parâmetros técnicos que podem determinar, inclusive, a supressão de árvores, como ocorreu na extensão da Orla da Atalaia.

A analista ambiental Emanuela Carla Santos, coordenadora da equipe de Flora da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), diz que no levantamento da situação fitossanitária das espécies localizadas na Orla foram verificados diversos problemas que impactam negativamente a região, principalmente no quesito segurança.

“Nesse caso, especificamente, observamos que alguns coqueiros apresentavam brocas, que são perfurações em seu estipe que comprometem a segurança. Além disso, alguns estavam com frutos pequenos caindo precocemente, representando um risco para a população. Por isso, deferimos a autorização ambiental para a retirada de 63 espécies na região na Orla da Atalaia, entre coqueiros, amendoeiras e casuarinas que estavam interferindo tanto no tráfego de veículos quanto de pessoas”, diz.

Emanuela ainda pontua que, mesmo sendo uma árvore de fácil adaptação a regiões litorâneas, o plantio do coqueiro não é indicado em locais onde há esse fluxo intenso, o que demanda um monitoramento contínuo no intuito de evitar acidentes.

Segundo o coordenador de Podação, Rafael Aragão, é efetuado um acompanhamento diário pelas equipes da Gerência de Áreas Verdes da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).

“Toda vez que encontramos uma árvore que apresenta riscos, como raiz exposta, brocas, infestação aparente de cupins, elevado grau de inclinação, queda de galhos, e muitas partes secas, fazemos registros fotográficos e enviamos uma solicitação de avaliação por parte da Sema”, afirma.

No procedimento de supressão, a prioridade é para áreas onde o plantio feito na época da construção da orla foi inadequado, a exemplo dos canteiros centrais e passeio público, além de conflitos com o calçamento e risco de queda. A operação dispõe de maquinário e agentes especializados.

“Nos últimos meses, após comprovação in loco, foram removidos coqueiros na região dos lagos, Praça de Eventos, Passarela do Caranguejo e Cinelândia. Somente nesta operação mais recente, extraímos 11 indivíduos, sendo 9 coqueiros e 2 amendoeiras, e prosseguimos nesta intervenção preventiva que objetiva o resguardo dos munícipes e turistas sem comprometer o meio ambiente e o bioma local”, diz Rafael.

Segundo ele, em alguns pontos, a exemplo do canteiro central, houve o plantio de palmeiras, “que não oferecem riscos à integridade física da população”.

O coordenador informou que, além de nesse ponto turístico, outras atividades de supressão foram realizadas na cidade, totalizando mais de 230 árvores este ano. “Vale ressaltar que a Prefeitura de Aracaju mantém um trabalho paralelo de compensação ambiental. Assim, cerca de 6 mil mudas foram plantadas em diversos pontos em apoio logístico à Sema, responsável pela elaboração do plano de plantio da cidade”, afirma Rafael.

Verificação de ocorrências

Ainda no tocante à supressão de árvores, a administração municipal registra que conta com o trabalho da Defesa Civil de Aracaju, órgão vinculado à Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec) que, desde 2022, já recebeu cerca de 109 ocorrências de risco de árvores tombarem ou de sua queda já verificada.

Podação

Ainda segundo a PMA, a atenção à situação das árvores nos espaços coletivos da Orla da Atalaia engloba, também, a atividade de podação. A tarefa respeita os seus quatro tipos - formação, limpeza, emergência e adequação -, os quais contam com critérios específicos de realização, além dos aspectos sazonais e aqueles ligados às espécies de plantas.

Deste modo, na última quarta-feira (20), os agentes da Emsurb efetuaram a poda de limpeza em coqueiros ao longo do calçadão da Orla. “Nesta região, executamos o serviço a cada três meses ou conforme necessidade. Assim, removemos as palhas baixas e os frutos”, disse o coordenador Rafael Aragão.

“Esse é um serviço que nós executamos não só na Orla, mas em todos os bairros de Aracaju, pois entendemos ser essencial para manter o equilíbrio visual no ambiente urbano, garantir a visualização de placas de sinalização em vias públicas e deixar a cidade mais harmonizada”, ressaltou o presidente da Emsurb, Bruno Moraes.

A Prefeitura de Aracaju diz lamentar que esse trabalho seja tratado "de forma politiqueira por setores da sociedade que agem deliberadamente para estabelecer falsos conflitos".

Com informações da Emsurb.