Demolição de prédio histórico em Aracaju preocupa arquitetos e urbanistas | F5 News - Sergipe Atualizado

Aracaju
Demolição de prédio histórico em Aracaju preocupa arquitetos e urbanistas
Conselho estadual da categoria chegou a fazer manifestação em frente à edificação
Cotidiano | Por F5 News 09/05/2024 16h21 - Atualizado em 09/05/2024 16h28


No último domingo (5), o prédio histórico da Casa A Fonseca, localizado no centro de Aracaju, foi demolido, causando grande comoção na cidade.

A demolição, realizada em atendimento a uma sentença judicial, gerou debate acalorado sobre a importância da preservação do patrimônio histórico e a necessidade de medidas mais eficazes para proteger os bens culturais da capital sergipana.

O prédio da Casa A Fonseca, construído no início do século XX, era considerado um marco da arquitetura eclética da cidade. Com fachada ornamentada e rica em detalhes, o edifício representava um importante legado cultural e histórico para Aracaju. Sua demolição, segundo especialistas, significa a perda de um símbolo da identidade aracajuana e um empobrecimento do patrimônio cultural da cidade.

Diversos especialistas em arquitetura, urbanismo e história se manifestaram contra a demolição do prédio da Casa A Fonseca, inclusive o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Sergipe (CAU/SE), e foi feita uma manifestação em frente ao prédio.

Eles defendem que a preservação do patrimônio histórico é fundamental para a construção da memória coletiva e para o desenvolvimento sustentável das cidades. Segundo os especialistas, técnicas de consolidação do imóvel, que garantiriam a segurança dos transeuntes e veículos, eram possíveis e deveriam ter sido exploradas.

A arquiteta e urbanista Lygia Nunes Carvalho, mestre em Planejamento Urbano e Regional, expressou sua preocupação. "Entendo que é um grande problema essa decisão de demolir o prédio das antigas lojas A fonseca por ser uma edificação muito relevante e histórica em Aracaju, uma construção de arquitetura eclética, que foi construída em 1910", disse ela ao F5 News.

 
"A gente valoriza muito viajar para outros lugares para conhecer centros históricos, mas aqui em Aracaju a gente tem constantemente tomado decisões de derrubar edificações antigas, ou até mesmo de abandonar essas edificações, o que fazem com que elas entrem em um estado de conservação tal que muitas vezes não é mais possível às vezes até conservá-las", explicou.

Lygia ressaltou a importância da educação patrimonial e da preservação do Centro Histórico de Aracaju como fonte histórica para a população local e os visitantes. "O arquiteto urbanista, enquanto profissional técnico que compreende essa importância e essas questões técnicas, eu entendo que transmitir esse conhecimento para as pessoas próximas, pensar projetos em que a gente possa disseminar essas ideias, é fundamental", disse ao portal. 

Ela ainda enfatizou a viabilidade da conservação, citando exemplos de outros centros históricos preservados no Brasil e no mundo. "Eu entendo que tanto a região ali da Colina do Santo Antônio, que é o marco de origem de Aracaju, quanto aquela região do centro histórico ali no entorno da Praça General Valadão, que é o marco zero da cidade planejada, da cidade urbanizada, eu entendo que precisam ser preservados enquanto história, enquanto identidade cultural, enquanto processo mesmo de início da cidade, de origem da cidade", destacou.

Na visão de Lygia, são de fundamental importância os técnicos capacitados, arquitetos e urbanistas como ela, mas também historiadores, sociólogos, antropólogos, muitas vezes arqueólogos, a depender da condição de cada edificação e sítio histórico. "São eles que detêm o conhecimento da história, do que pode ser feito nessa conservação para que essa edificação não seja modificada ou transformada da forma incorreta", ressaltou.

Lygia Carvalho reafirmou ao F5 News a necessidade de políticas públicas e incentivos para a conservação e revitalização dos centros históricos. "É fundamental que isso esteja na legislação local, mas que também existam políticas públicas de incentivo e financiamento a esses projetos, para que eles possam de fato ser executados", sugere, mencionando a importância do projeto Monumenta que promoveu restrições, conservação e transformação de vários centros históricos no Brasil.

Edição de texto: Monica Pinto
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