Reforço é fundamental para manter imunidade contra covid, diz especialista | F5 News - Sergipe Atualizado

Pandemia
Reforço é fundamental para manter imunidade contra covid, diz especialista
Conforme a SES, a maioria dos mortos em Sergipe não completou esquema vacinal
Cotidiano | Por Ana Luísa Andrade 20/07/2022 15h00


Nas últimas semanas, foi possível observar, nos boletins epidemiológicos emitidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), um aumento no número de casos de Covid-19 em Sergipe, além de um sutil crescimento no número de mortes pela doença. 

Não há dados em relação ao número de mortos que estavam vacinados ou não, segundo a SES. Entretanto, foi observado pela pasta que a maioria dos óbitos por Covid-19 registrados no estado foi de pessoas idosas, com múltiplas comorbidades e que não possuíam alguma das doses de reforço da vacina.

Isso demonstra a necessidade de buscar o esquema vacinal completo, especialmente nos grupos mais vulneráveis, aponta a SES.

“Somente com as quatro doses aplicadas o indivíduo obtém maior imunidade contra o novo coronavírus, podendo vir a adoecer, mas com risco menor de evoluir para um quadro de agravamento ou de complicações”, afirma Marco Aurélio, diretor de Vigilância em Saúde da pasta.

Em entrevista ao F5 News, Diego Moura Tanajura, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e especialista em Imunização, explicou melhor como a vacina atua no sistema imunológico e por que as doses de reforço são fundamentais para manter ativa a imunidade contra a covid-19.

O especialista esclarece que existem duas situações em que o corpo pode desenvolver a imunidade: por infecção direta, quando a pessoa se expõe ao vírus, e pela vacinação. Contudo, ele explica que somente a vacinação é segura, já que a infecção está atrelada a uma série de riscos. 

“A pessoa pode ficar doente, desenvolver uma doença mais grave ou até sequelas por conta dessa infecção. É muito mais seguro você desenvolver imunidade através da vacinação”, considera Diego Tanajura.

Nesse sentido, ele explica que a vacinação “imita” uma infecção para estimular o corpo a criar imunidade contra a doença. “O nosso corpo pensa que foi infectado, e começa a produzir células de defesa, anticorpos, e também células de memória. São essas células de memória que são capazes de lembrar de como se defender dessa infecção, caso essa pessoa encontre o vírus no futuro”, esclarece. 

Entretanto, o especialista aponta que foi observado que essas células possuem uma memória de curta duração, de 4 a 6 meses, o que limita o tempo de proteção contra o vírus. Por isso há a necessidade das doses de reforço.

“Essas doses de reforço são importantes para atualizar essas células de memória, justamente para estender mais a proteção na pessoa vacinada”, explica. 

Além disso, Diego Tanajura reforça que a vacinação é segura e não apresenta nenhum risco ao indivíduo. 

“Eu vejo muitas pessoas que tomaram a primeira e a segunda doses e não estão indo tomar a dose de reforço. É importante tomar a dose de reforço, porque a proteção dada pela vacina não dura muito tempo. Se tem mais de seis meses que a pessoa tomou essa vacina, ela precisa voltar para tomar essas doses de reforço, senão ela tem risco de pegar complicações por conta da doença”, alerta.

Essa impressão é confirmada pelos dados apresentados pelo último boletim epidemiológico da SES. Até o momento, 86,78% da população já se vacinou com a 1ª dose, e 79,46% com a segunda. Quando observadas as doses de reforço, entretanto, esses números caem bastante - pouco mais da metade (55,4%) da população tomou a 1ª dose de reforço da vacina, e apenas 16,81% já se vacinou com o segundo reforço.

Dados comprovam eficácia da vacina
A eficácia da vacina na proteção contra complicações da covid-19 pode ser observada se analisarmos o histórico da pandemia.

A vacinação contra a covid-19 foi iniciada no país em 17 de janeiro de 2021. As primeiras doses do imunizante enviadas pelo Ministério da Saúde chegaram em Sergipe no dia seguinte, e no dia 19 de janeiro a imunização contra o coronavírus foi iniciada oficialmente no estado.

Na ocasião, a enfermeira Sônia Damásio, que naquele momento atuava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), recebeu a primeira dose do imunizante. 

Entretanto, por conta da limitação no número de doses, a vacinação se manteve restrita aos grupos mais vulneráveis durante um tempo, sendo ampliada para o restante da população gradativamente.

Em meados de agosto de 2021, o município de Aracaju já havia vacinado com a primeira dose quase 100% das pessoas com idades entre 30 e 22 anos. No dia 19 do mesmo mês, a imunização foi ampliada para toda a população com mais de 18 anos.

Desde então, é possível observar, no Painel Nacional de Covid-19 do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), certa estabilidade e quedas constantes no número de casos, situação que mudou em períodos próximos a festividades, como o Natal, Réveillon e o Carnaval. 

O número de mortos pela doença, por outro lado, manteve-se estável mesmo nesses momentos. No dia 4 de fevereiro deste ano, por exemplo, Sergipe chegou a registrar 2.034 casos de covid-19. No mesmo dia, 5 pessoas perderam a vida para a doença no estado. No último dia 7, Sergipe contabilizou 524 casos confirmados da doença. No mesmo dia, foi registrada uma morte.

Atualmente, a média móvel de casos em Sergipe está em 429. Já a média móvel de óbitos está em três mortes, conforme dados atualizados pelo Conass em 20/07/22.

O diretor de Vigilância em Saúde da SES reforça que, mesmo com a vacinação, é fundamental que a população mantenha as medidas de segurança e proteção pessoal, como o uso de máscaras, a higienização das mãos e o isolamento social, quando necessário. 

Número acumulado de casos e mortes
Desde o início da pandemia, 338.392 testaram positivo para covid-19 e 6.392 perderam a vida para a doença no estado, segundo os dados atualizados em 20/07/22 do Painel Nacional de Covid-19 do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass).

Especialista
Diego Moura Tanajura é formado em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e possui mestrado e doutorado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fundação Oswaldo Cruz (Instituto Gonçalo Moniz/FIOCRUZ-BA). 

Tem experiência em testes pré-clínicos de desenvolvimento de vacinas e fármacos, produção de vacinas de ácidos nucléicos (DNA), de subunidade proteica e de microrganismos inativados e no uso de nanotecnologias para o aprimoramento de vacinas.

O professor também é coordenador do perfil do Instagram Imuno News para divulgação de temas ligados à imunologia.

Edição de texto: Monica Pinto
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