Entenda o que motivou remoção de árvores na Orla da Atalaia que viralizou
A medida não tem relação com montagem da estrutura do Pré-caju, diz Emsurb Cotidiano | Por F5 News 16/09/2023 10h31 - Atualizado em 16/09/2023 11h09As imagens de árvores cortadas na Orla de Atalaia, em Aracaju, viralizaram nas redes sociais essa semana. O fato, no entanto, não possui relação com a montagem da estrutura do Pré-caju, como especulou-se nas postagens, mas trata-se de uma ação da Prefeitura para remoção de árvores com risco de queda em vários pontos da cidade.
Logo que as fotos dos troncos dos coqueiros cortados foram publicadas em perfis aracajuanos, uma enxurrada de comentários críticos passou a associar a remoção à necessidade de instalação das ferragens que compõem a estrutura do Camarote Aju, no trecho da Avenida Santos Dumont, na zona sul da capital.
Sempre que o prefeito de Aracaju foge em alguma agenda da Frente Nacional de Prefeito - sua real prioridade - você pode esperar alguma desgraça.
— Jorge Rodrigues (@JorgRodrigues) September 15, 2023
Simplesmente estão destruindo árvores na orla para construir a estrutura para o Pré-Caju! UMA FESTA PRIVADA! #EdvaldoOdeiaAracaju pic.twitter.com/8urhA72Acy
Diversos políticos de oposição também disseminaram a narrativa e aproveitaram o episódio para tecer duras críticas à gestão municipal e, por consequência, à organização da festa.
Diante das críticas, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) finalmente se manifestou informando que a retirada dos coqueiros em questão ocorreu porque havia o risco iminente de queda e acidentes em função de seu apodrecimento.
"Nós observamos que vários coqueiros estavam apresentando cavidades em sua estipe, outros estavam com galhos quebradiços, com frutos caindo precocemente, outros estavam inclinados, tanto para o tráfego de veículos quanto para o tráfego de pessoas. Por isso, nós autorizamos a retirada destes coqueiros, além de outras espécies, como amendoeiras e casuarinas que também apresentavam risco de queda e problemas fitossanitários”, disse a coordenadora da Equipe Flora da Sema, Emanuela Carla Santos.
Ainda segundo a Emsurb, ao menos outras 230 árvores em condições semelhantes já foram suprimidas de vias públicas da capital este ano. Em paralelo, a Prefeitura tem feito o plantio de novas mudas.
“Até julho deste ano, já foram plantadas mais de 6.000 mudas ornamentais em praças, canteiros centrais de avenidas e pontos de descarte irregular de resíduos, o que demonstra o respeito e cuidado da gestão com as futuras gerações”, afirmou o presidente da Emsurb, Bruno Moraes.
Mais tarde foi a vez da organização do Pré-Caju soltar uma nota oficial esclarecendo ter sido surpreendida pela remoção das plantas. No perfil oficial da micareta, os organizadores também afirmaram que nunca praticaram nem solicitaram ações que degradam o Meio Ambiente, adotando sempre medidas que visam a preservação do paisagismo e ambientes naturais da cidade.
Confira:
A remoção das árvores é errada?
A legislação brasileira tipifica como crime o corte, a poda e outros tipos de danos causados à floresta em todo território nacional, mesmo em áreas urbanas. A exceção se dá justamente para os casos em que a vegetação oferece riscos à população.
Ainda assim, em Aracaju, toda supressão de árvores precisa de autorização da Sema, que encaminha a solicitação do serviço à Emsurb. A retirada de árvores sem a autorização do órgão responsável, no caso a Sema, é considerada corte irregular, sendo sujeita à multa.
Para emitir a solicitação da autorização de supressão de árvores, é necessário o comparecimento do cidadão à sede da Sema, localizada à rua Santa Luzia, número 926, bairro São José, ou ligar para os números 3225-4178 e (79) 9 8149-2497.
Se autorizada a remoção, o solicitante assina uma declaração de compromisso, que assume a responsabilidade de plantar obrigatoriamente uma muda arbórea, no prazo de trinta dias após a realização do corte, no mesmo local ou em outro a ser indicado pela Sema.