Na manhã desta segunda-feira (18), os moradores da capital de Sergipe, Aracaju, foram surpreendidos por um espetáculo natural: um anel luminoso ao redor do Sol, conhecido como Halo solar e que despertou a curiosidade de muitas pessoas. Para saber mais sobre esse evento, F5 News conversou com o doutor em Astronomia Diogo Martins.

Marcio Rocha/Reprodução

"O Halo solar ocorre devido à interação da luz solar com cristais de gelo presentes em nuvens mais altas na atmosfera terrestre, como as nuvens cirrostratus. Quando a luz solar atravessa a nuvem, ela é refratada e refletida pelos cristais de gelo, criando o anel luminoso ao redor do Sol. A depender da altura das nuvens, podemos visualizar o anel menor ou maior. Além disso, esse fenômeno também pode ocorrer ao redor da Lua", disse ele ao F5 News.

Martins também comparou o Halo solar a outros fenômenos ópticos atmosféricos. "O arco-íris é formado pela dispersão da luz solar em gotas de chuva, criando um espectro de cores. A coroa solar é um halo menor e mais colorido que ocorre devido à dispersão da luz em partículas de água ou gelo na atmosfera", disse.

Sobre possíveis variações na intensidade ou aparência do Halo solar, o especialista esclareceu: "Sim, a intensidade do Halo pode variar. Isso depende da quantidade e tipo de cristais de gelo presentes, da espessura e altura das nuvens, e da posição do Sol no céu".

Ao abordar a percepção da população em geral, Diogo Martins comentou: "As pessoas geralmente ficam impressionadas ao ver um Halo solar devido à sua aparência incomum. A reação varia, mas muitos consideram o fenômeno fascinante e tiram fotos para compartilhar nas redes sociais. Uma forma boa para se observar o Halo solar ou lunar em segurança é usando a ponta do dedo indicador para 'tampar' o Sol, assim o halo pode ser observado com melhor contraste (e segurança)".

Martins ainda fala sobre a importância científica do estudo dos Halos solares. "O estudo pode fornecer informações sobre a composição e distribuição de cristais de gelo na atmosfera. Isso é relevante para entender a dinâmica atmosférica e contribuir para o aprimoramento dos modelos climáticos", destaca.

O doutor em Astronomia esclareceu as condições favoráveis ao aparecimento de Halos solares. "Podem ocorrer em qualquer lugar, mas são mais comuns em regiões onde nuvens cirrostratus são prevalentes. Áreas com climas mais frios e altitudes elevadas tendem a ter condições propícias para a formação de Halos. No Nordeste brasileiro, eles tendem a ser mais raros", explicou.