A Secretaria de Saúde de Aracaju, através do Posto Médico Avançando, montado na área do Forró Caju, registrou 661 ocorrências médicas (envolvendo suturas, pequenas cirurgias e atendimentos clínicos), durante os 11 dias do evento, em sua maioria envolvendo casos alcoólicos. O número foi acima da expectativa visto que em 2014 (durante 12 dias de festa) foram realizados 492 atendimentos. Outro fator que chamou a atenção foram os números de vítimas por arma branca (quase sempre faca), contabilizando 18 ocorrências no total.

Forró Caju 2015 registra mais de 650 atendimentos médicos

Segundo pontuou a responsável pelo Posto Médico Avançando, Solange Silva, um fator bastante alarmante e que despertou a atenção dos médicos e enfermeiros do local teve ligação às ocorrências envolvendo adolescentes. “Contabilizamos 83 jovens em nosso atendimento, quase todos foram relacionados à ingestão de bebida alcoólica. Esse número é bem preocupante. Outro problema que encontramos foi relacionado a falta de identificação de outros tantos pacientes, que receberam tratamento conosco. Sabíamos, pela aparência que àqueles jovens tinham menos de 18 anos, porém, como os mesmos não portavam documentação não tínhamos como registrar a idade na ocorrência. Temos certeza que o índice total de 83 pacientes adolescentes atendidos foi muito superior ao registrado”, relatou ela, informando ainda que foram realizadas 30 suturas.

De acordo com o coordenador da Rede de Urgência e Emergência (REUE) da Saúde de Aracaju, René Porto, a estrutura do Posto Médico Avançado atendeu corretamente, dentro da capacidade projetada para os dias de festa. “Tivemos basicamente todos os dias dois médicos e cerca de oito auxiliares de enfermagem, além de um enfermeiro, porém, nos dias 24, 27 e 28, aumentamos a equipe, sendo três médicos e dez auxiliares de enfermagem e um enfermeiro responsável pelo plantão. O aumento do quantitativo foi em decorrência das atrações nacionais destes respectivos dias, que sempre atraem muitos forrozeiros. Estávamos prontos para atender todos da melhor forma possível e assim o fizemos”, frisou.

Solange Silva relatou que um detalhe deixou a equipe médica um tanto apreensiva. Segundo informou, muitos pacientes, devido ao estado alcoólico, adentravam o Posto Médico Avançando bastante violentos, ameaçando os médicos e seus auxiliares.

“Temos que frisar o apoio do capitão Jonatan Souza, da Guarda Municipal, e também o coordenador de segurança do grupo Shock, Iure Lopes, que garantiram nossa segurança nos dias de festa. Sem o auxilio destes e suas equipes, certamente teríamos sofrido algum ato de violência grave dentro do posto médico. As pessoas perdem o controle depois de determinado teor de álcool no sangue e às vezes enxerga a equipe médica como uma ameaça, quando na verdade estávamos ali para ajudá-los em seus problemas”, informou a coordenadora do Posto Médico, completando que durante os 11 dias de festa foram realizadas 22 remoções ao Hospital Municipal Nestor Piva, Hospital de Urgência de Sergipe e também ao Hospital da Polícia Militar.