Ginecologista de SE fala sobre a escolha de métodos contraceptivos | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde
Ginecologista de SE fala sobre a escolha de métodos contraceptivos
Apesar da grande adesão, os métodos devem ser recomendados apenas por especialistas
Cotidiano | Por F5 News 26/11/2023 08h30


Cada vez mais mulheres estão adiando a gravidez, seja por motivos profissionais ou familiares. Com isso, o cuidado com a própria saúde sexual e reprodutiva vira uma prioridade.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 67% das mulheres brasileiras entre 15 e 49 anos usam algum tipo de contraceptivo. Além do método de barreira, quando não há o contato entre o óvulo e o espermatozóide, a prevenção pode ser feita de forma hormonal e não hormonal. 

No Brasil, os três métodos mais utilizados são: pílula anticoncepcional (22,1%), esterilização feminina (21,8%) e o preservativo masculino (12,9%). Os dados são da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS). Porém, mesmo com os levantamentos feitos e com as opções existentes no mercado, a escolha do anticoncepcional deve ser feita apenas sob orientação médica. 

Segundo a ginecologista Jacqueline Mazzotti, o primeiro passo para a escolha do método ideal é a anamnese.

“Durante a consulta, costumo conversar com a paciente sobre a demanda, o histórico médico e de medicações que está usando. O histórico familiar também conta muito, conversamos sobre o estilo de vida da paciente, o que que ela busca com a contracepção? Alinhar expectativa, alinhar efeitos colaterais, conversar sobre o melhor método possível, sobre a forma de tomar e também entender sobre o futuro reprodutivo. Por exemplo, não adianta passar um método de longa duração para uma pessoa que quer engravidar daqui a alguns meses”, disse em entrevista ao F5 News.

A médica complementa reforçando os perigos de fazer a escolha sem a orientação de um profissional especializado, já que é preciso observar interações medicamentosas, entre outros cuidados.

“Alguns anticoncepcionais podem cortar o efeito do anticonvulsivante. Algumas pessoas que tem algum problemas, como por exemplo enxaqueca, podem piorar as crises por conta de um anticoncepcional errado. Uma pessoa que tem o risco de câncer de mama pode piorar mais ainda a questão dos nódulos mamários por conta de um anticoncepcional", exemplifica.

"Então, é muito importante que a gente converse com a paciente e que passe por uma avaliação médica antes de usar o contraceptivo”, reafirma Jacqueline Mazzotti.

As mulheres que não são adeptas e que não têm pretensão de usar um dos métodos, costumam recorrer a pílula do dia seguinte, a recomendação é que o contraceptivo de emergência seja usado logo após a relação sexual sem o uso do preservativo Em contrapartida, quanto mais for utilizado, menor é a eficácia e maiores chances de efeitos colaterais. 

“A pílula do dia seguinte pode ser usada até 72 horas após a relação sexual. Quanto mais cedo tomar, maior é a eficácia. Porém, a quantidade de hormônio dela é muito grande, é o equivalente a mais ou menos uns 20 comprimidos de vez. Então, se tomar muita medicação, é possível ter efeitos colaterais, como alterações no ciclo menstrual, hemorragias, sensibilidade mamária, dor de cabeça, náusea, irritabilidade. O grande problema é que muitas vezes a pessoa fica insistindo no método contraceptivo”, destacou ao portal. 

Dentre as opções hormonais e não hormonais, qual a escolha correta?

Segundo a ginecologista, há alguns pontos que devem ser analisados antes da escolha. “Temos que tentar entender qual método hormonal é esse e qual é a quantidade de hormônio porque existem muitos hormônios e muitas composições diferentes. Então, temos que saber muito bem a indicação da paciente, a queixa e calcular o risco ou benefício", disse a médica ao F5News.

"Também é preciso saber se esses métodos podem causar alguns riscos, como o desequilíbrio da flora intestinal, o aumento de risco de nódulos e cistos mamários, e aumento da dor de cabeça, redução da libido, redução do humor. Tem sempre que avaliar a respeito dos benefícios e entender quem é a paciente e que hormônio será passado”, destacou.

“Já o método não hormonal não vai mexer com o que é fisiológico, ou seja, o que é próprio do nosso corpo, não vai mexer com algo que foi planejado pela natureza. Essa é a grande vantagem. E como desvantagem? temos métodos, como por exemplo preservativo, infelizmente, algumas pessoas não têm uma boa adesão, o que é um erro muito grande porque é através dele que é possível prevenir as infecções sexualmente transmissíveis (IST)”, finalizou.

Conheça os métodos mais comuns e eficácias. Confira:

DIU – índice de falha 0.1%
Vasectomia e Laqueadura – índice de falha 1%
Pílula – índice de falha 0,1%
Injeção anticoncepcional – índice de falha 0,1%
Implante – índice de falha 0,1%
Anel vaginal – índice de falha 0,1%
Adesivo anticoncepcional – índice de falha 0,1%
Pílula do dia seguinte – índice de falha 5% a 20%
Camisinha – índice de falha 8% a 20%
Diafragma – índice de falha 8% a 20%
Tabelinha – índice de falha 10% a 20%
Coito interrompido – índice de falha 15% a 20% 

Com informações do Gineco.com.br

Edição de texto: Monica Pinto
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