Diante do surgimento da pandemia da Covid-19, o Hospital de Cirurgia, uma das referências em Aracaju em áreas como Cardiologia, Oncologia e Neurocirurgia, atuou oferecendo suporte ao sistema de saúde estadual, tendo disponibilizado, ao todo, 70 leitos para pacientes com o novo coronavírus. 

Atualmente, o hospital possui 20 leitos de UTI e 20 de enfermarias para a Covid-19, no entanto, a unidade avalia ampliar a quantidade de leitos de UTI para pacientes com a doença por conta de solicitação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), segundo informou a interventora do Cirurgia, Márcia Guimarães. 

"A Secretaria de Estado da Saúde solicitou ampliação, estamos vendo se até a próxima semana a gente consegue ampliar esses leitos, mas a gente conseguiu realmente dar um atendimento de alta qualidade aos pacientes Covid que estiveram aqui", disse ao F5 News.

Conforme informações da SES, 10 novos leitos estão sendo planejados para o Cirurgia, no momento em que é registrado aumentos da transmissão do vírus no Estado.

O hospital está sob intervenção há dois anos, após problemas relacionados à gestão, e hoje passa por um processo de requalificação de sua estrutura. Ao F5 News, Márcia Guimarães conta que o Cirurgia foi o hospital filantrópico que abriu primeiro o atendimento para pacientes com Covid no estado, o que mais ofertava leitos para o coronavírus depois do Huse. 

"Enquanto o Huse abriu uma segunda-feira, a gente abriu na quarta a UTI e a enfermaria. A gente tinha um leito muito diferenciado porque aqui a gente tem hemodinâmica, recebia paciente Covid vítima de trauma", afirma ela. E por conta da impossibilidade dos familiares fazerem visitas aos pacientes diagnosticados com a doença, segundo a interventora, foram disponibilizadas visitas virtuais e os boletins eletrônicos dos casos para acolhimento das famílias. "No primeiro momento da Covid havia inúmeras queixas na Ouvidoria, a maioria de pessoas querendo mais notícias. Então a gente colocou uma equipe disponível de psicólogos, enfermeiros e de assistentes sociais para dar acolhimento", relata. 

Ainda em função da pandemia, a oferta de cirurgias eletivas (aquelas que não são de urgências) chegou a ser suspensa em vários hospitais. No Cirurgia, alguns procedimentos como de hérnia e de vesícula tiveram que ser paralisados na unidade; em contrapartida, houve aumento de cirurgias oncológicas e de tratamentos quimioterápicos em relação ao ano passado. Com meses registrando até 36% de suspensão de cirurgias nos anos de 2017 e 2018, no ano de 2020, mesmo com pandemia, o hospital realizou quase 3.300 cirurgias até outubro e obteve um índice de menos de 5% de taxa de suspensão, conforme informou a interventora.

"Como nosso perfil é de oncologia, de trauma e também de paciente vascular e de urologia, não podia esperar; algumas cirurgias realmente a gente não realizou, mas as de próstata, oncológicas de mama, de trauma, neurocirúrgico, realizou. Na parte de oncologia produziu mais de 30% de tratamento quimioterápico do que o ano anterior, e 18% a mais de cirurgia oncológica do que em 2019. Não paramos porque entendíamos que havia uma necessidade que não podia esperar. Não paramos nenhuma cirurgia que fosse incutir risco de vida aos nossos pacientes", relatou a interventora. O hospital, por mês, chega a realizar 350 procedimentos cirúrgicos pelo SUS. 

Nesta semana, deputados federais visitaram o hospital, que busca parcerias com a bancada de Sergipe para a implantação de novos serviços em 2021 e 2022.