Infectologistas de SE alertam para doenças comuns no período chuvoso
Casos aumentam em número e gravidade, muitas vezes sobrecarregando os atendimentos Cotidiano | Por Ana Carolina Alves 24/05/2023 19h50O período chuvoso traz consigo potenciais perigos para a saúde, como o aumento da incidência de algumas doenças, e também de seus impactos, o que leva mais pessoas a buscar atendimento médico.
F5 News ouviu especialistas para saber quais são as doenças comuns deste período, entender os riscos e quando representam um alerta grave.
O médico infectologista Matheus Todt afirmou ao portal que, nas épocas de maior concentração de chuva, há um aumento do número de casos de Dengue, Zika, Chikungunya e a Febre Amarela. Ele explica que estas são as principais arboviroses do Brasil, doenças virais transmitidas por mosquito, sendo as três primeiras pelo Aedes aegypti, cuja reprodução é favorecida pelo acúmulo de água parada.
"As arboviroses causam febre, por vezes alta, dor no corpo e nas articulações, sensação de fraqueza e manchas pelo corpo. Porém, quando o paciente apresenta sangramento, queda de pressão, sonolência excessiva e algumas alterações laboratoriais, como a queda das plaquetas, devemos procurar imediatamente o pronto socorro”, aconselha o especialista.
No ano de 2022, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou um Boletim Epidemiológico das Arboviroses, que confirmava 4.641 casos de dengue, 3.470 de chikungunya e 119 de Zika vírus, no período que corresponde a 2 de janeiro a 12 de novembro.
O infectologista Matheus Todt expôs ao portal que outros problemas de saúde comum dos período chuvoso são as síndromes gripais. “Alguns vírus, como o Influenza (que ocasiona a gripe), o SARS-CoV-2 (Covid-19) e o Vírus Sincicial Respiratório (bronquiolite) se aproveitam da queda de temperatura e das aglomerações comuns desse período e aumentam consideravelmente o número de infectados”, afirma.
Nesta última terça-feira (23), a morte de um paciente pediátrico, um bebê de 4 meses, no Hospital Municipal Fernando Franco, em Aracaju, chamou atenção para a potencial letalidade das síndromes gripais.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe declarou que, devido ao grande número de casos graves a Central de Regulação de Leitos (CRL) e a de Urgências vêm "trabalhando incansavelmente" dando suporte para o atendimento de crianças graves em todas as unidades do Estado.
O infectologista Matheus Todt enfatizou que os cuidados para a prevenção das síndromes gripais devem ser os mesmos que foram tão preconizados na pandemia de Covid-19: isolamento domiciliar dos pacientes sintomáticos, uso de máscara, evitar aglomerações e manter o calendário vacinal em dia.
Leptospirose
A também médica infectologista Mariela Cometki disse ao F5 News que a leptospirose é a principal doença associada a enchentes. “Ela é transmitida por urina de roedores contaminados, que ao se misturarem com a água, mesmo em pele íntegra (sem ferimentos), podem contaminar”, informou.
Ela faz um alerta para sintomas como febre, mialgia, sangramentos e icterícia.
Estagiária sob supervisão da jornalista Monica Pinto